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Lula vai negociar reforma política em 2011
Segundo ministro Alexandre Padilha, presidente disse que vai "atuar como um leão" por aprovação no Congresso
Na reunião, presidente também criticou o ritmo que a Casa Civil estaria dando à execução dos projetos do Executivo
SIMONE IGLESIAS
SHEILA D'AMORIM
MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA
Um dia após ter afirmado
que não vai interferir na composição do governo de Dilma
Rousseff -"rei morto, rei
posto"-, o presidente Lula
disse ontem, em reunião ministerial no Palácio do Planalto, que pretende negociar
com a oposição e emplacar
uma reforma política no primeiro ano do novo governo.
Em dezembro passado,
após o escândalo do mensalão do DEM, Lula defendeu a
convocação de uma Assembleia Constituinte só para
promover a reforma política:
"Os partidos políticos deveriam estar defendendo neste
momento, depois das eleições de 2010, uma Constituinte específica para fazer
uma legislação eleitoral para
o Brasil. Não é possível continuar do jeito que está".
Ontem, na reunião, Lula
disse que atuará no PT e negociará com os aliados o texto da reforma. Ele defende o
financiamento público das
campanhas, o voto em lista e
a fidelidade partidária.
"O presidente disse que
vai atuar como um leão na reforma política", disse o ministro Alexandre Padilha
(Relações Institucionais). A
reforma é assunto recorrente
no Congresso mas nunca há
acordo entre os partidos.
Aos ministros Lula disse
que dará palpites à sucessora
e que pode contribuir conversando com PSDB e DEM. O
presidente argumentou que
quer "sentir" dos adversários
se a raiva é pessoal ou se será
transferida para Dilma.
Disposto a garantir um
bom início de governo para
Dilma, cobrou empenho dos
ministros na transição: "É
importante que a gente esteja
disponível e crie todas as facilidades possíveis para a
transição ser a mais tranquila e transparente possível".
No evento, Lula também
criticou o ritmo que a Casa Civil estaria dando aos projetos
do governo: "As coisas não
estão andando como imaginamos que deveriam andar".
A Casa Civil é comandada
por Carlos Eduardo Esteves.
Ele assumiu no lugar de Erenice Guerra, que saiu depois
da acusação de envolvimento em um esquema de tráfico
de influência. Lula cobrou
ainda Padilha e o líder no Senado, Romero Jucá (PMDB),
por não terem aprovado o cadastro positivo.
Após a reunião, a Casa Civil divulgou nota em oficializa o início da transição e informa que haverá cessão e requisição de servidor, ajuda
de custo, deslocamento e auxílio-moradia, concessão de
diárias e passagens para deslocamento em serviço.
Dilma poderá contratar até
50 funcionários -a verba reservada é de R$ 2,8 milhões.
A equipe de transição terá
acesso a dados sobre as contas públicas, a execução orçamentária e financeira, assim como dados sobre as empresas estatais.
Na reunião, Lula suspendeu férias de ministros e disse que ninguém tem assento
garantido no novo governo.
Outro tema levantado pelo
presidente foi a criação de
marcos regulatórios que estão em discussão, como o
que regula a mineração.
Lula sinalizou que essas
decisões serão de Dilma, mas
pediu que sua equipe deixe
os projetos prontos para envio ao Congresso. Em dezembro, Lula reunirá os 37 ministros para fazer um balanço
sobre o legado dos oito anos
e registrá-lo em cartório.
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