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Governadores defendem volta da CPMF
Presidente do PSB diz que demanda por saúde exige novo tributo; o tucano Anastasia, de Minas, também é a favor
Ricardo Coutinho (PB) e Cid Gomes (CE) apoiam volta do imposto neste ano; Casagrande (ES) quer reforma tributária
MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA
Os governadores do PSB
defenderam ontem a criação
de um novo imposto para financiar a saúde -a CSS
(Contribuição Social para a
Saúde) ou a volta da CPMF.
Pronta para votação na Câmara desde 2008, a sugestão
é que a CSS tribute em 0,1%
as movimentações financeiras e que o valor seja integralmente destinado ao setor.
O tributo foi embutido no
projeto que regulamenta a
Emenda 29, faltando votar só
uma emenda do texto. Caso
seja aprovado, ele ainda precisa passar pelo Senado.
"A pauta real do povo não
é quem será ministro de A ou
B, mas a necessidade da saúde. Por isso, se for necessário
criar um novo imposto, vamos fazer", disse o presidente do PSB, o governador reeleito Eduardo Campos (PE).
O PSB foi o partido aliado a
Dilma Rousseff (PT) que mais
elegeu governadores: seis.
Cid Gomes (CE) e Ricardo
Coutinho (PB) acham que o
imposto pode voltar neste
ano. Já Renato Casagrande,
do Espírito Santo, acha que
precisa ser discutido no âmbito da reforma tributária.
O apoio à criação de um
novo tributo para financiar a
saúde não se restringe à base
aliada. Ontem o governador
de Minas, Antonio Anastasia
(PSDB), defendeu a volta da
CPMF, desde que a contribuição seja aperfeiçoada.
"Quando a matéria foi discutida três anos atrás, a
maioria esmagadora dos governadores se posicionou
publicamente a favor, tendo
em vista a necessidade de
termos financiamento para a
questão da saúde. E naturalmente será esse também o
nosso comportamento."
Anastasia argumentou
que a saúde tem uma demanda infinita e precisa constantemente de investimentos:
"Então é claro que esse tema
tem que ser discutido".
Questionado sobre o fato
de anteriormente nem todo o
recurso arrecadado ir para a
saúde, o governador tucano
disse: "Por isso mesmo se fala nesse aperfeiçoamento. É
claro que sabemos, e isso foi
muito claro durante a campanha eleitoral, não só em
Minas, mas no Brasil como
um todo, que há sempre a necessidade de termos um financiamento para a saúde".
No Congresso, a oposição
reagiu. O líder do DEM na Câmara, deputado Paulo Bornhausen (SC), disse que "não
vai permitir que o povo pague a conta da eleição".
Colaborou PAULO PEIXOTO , de Belo
Horizonte, e GABRIELA GUERREIRO , de
Brasília
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