São Paulo, quarta-feira, 06 de outubro de 2010

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PF estuda pedir quebra de sigilos de Jucá

Por ser período eleitoral, medida depende de aval do Ministério Público; polícia suspeita de compra de votos

PF investiga origem de mais de R$ 1,8 milhão apreendido; segundo polícia, R$ 1,1 mi teria relação com o senador

KÁTIA BRASIL
ENVIADA ESPECIAL A BOA VISTA (RR)

A Polícia Federal em Roraima não descarta pedir a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico do senador reeleito Romero Jucá (PMDB), que é líder do governo no Senado.
De acordo com o superintendente da Polícia Federal no Estado, Herbert Gasparini, as diligências aguardam aval do Ministério Público Eleitoral.
O órgão receberá a documentação de todo dinheiro apreendido no Estado durante o período eleitoral, sob suspeita de compra de votos.
A PF investiga a origem e o destino de mais de R$ 1,8 milhão apreendido. Desse total, R$ 1,1 milhão tem relação direta, segundo a polícia, com o senador reeleito.
A suspeita, segundo a polícia, é a de que o dinheiro venha de desvios de contratos e licitações nas áreas de saúde e infraestrutura.
No período eleitoral, a Justiça não autoriza a polícia a instaurar inquérito para apurar crimes eleitorais. É preciso uma autorização da Justiça ou do Ministério Público.
Um eventual depoimento de Jucá sobre o caso depende dessa decisão.
Gasparini disse que o prazo para concluir as investigações é de 30 dias.

TIRO
A PF irá ouvir nesta semana os envolvidos no caso dos R$ 100 mil achados na semana passada.
Segundo a polícia, a quantia foi jogada da janela de um carro em que estava o empresário Amarildo Freitas e que foi interceptado por policiais.
Freitas foi preso.
De acordo com a polícia, na ocasião um tiro foi disparado por um outro veículo, que estava nas imediações do escritório de Jucá.
Gasparini disse que o tiro não foi disparado por agentes federais. A polícia, porém, não encontrou o autor do disparo.
"No afã de fugirem, o revólver pode ter disparado de dentro do carro, não atingiu ninguém. Creio que eles não teriam a audácia de atirar na equipe da Polícia Federal", disse Gasparini.
"Suponho que tenha sido um disparo acidental, mas representou um agressão.
Tanto que os agentes redobraram a vigilância e revistaram todo mundo", afirmou.
Um agente da Polícia Federal, que falou sob a condição de não ser identificado, disse à reportagem que, após o episódio, Jucá foi parado por policiais e teve seu carro vistoriado. No entanto, nada teria sido encontrado.
O senador apoia a candidatura à reeleição do governador, José de Anchieta Júnior (PSDB).


Colaborou ANDREZZA TRAJANO, de Boa Vista


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