São Paulo, terça-feira, 09 de agosto de 2011

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Amorim toma posse e faz afagos em militares

Novo ministro da Defesa disse que dará continuidade ao trabalho feito na pasta

Durante a cerimônia, presidente Dilma minimizou saída de Nelson Jobim e disse que trocas "são rotina"

Alan Marques/Folhapress
Presidente Dilma cumprimenta seu novo ministro da Defesa, o ex-chanceler Celso Amorim, que tomou posse em Brasília

FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA

O novo ministro da Defesa, Celso Amorim, 69, fez elogios à carreira militar e disse, em rápido discurso de posse, que trabalhará "sob o signo da continuidade".
Seu antecessor, Nelson Jobim, foi alvo de críticas da presidente Dilma. O ex-ministro não foi à cerimônia no Planalto porque disse que está com suspeita de dengue.
Criticado nos bastidores por oficiais do Exército, Amorim foi cauteloso: "Identifico nos militares valores dignos de admiração, [como] patriotismo, abnegação, zelo pela coletividade e respeito à hierarquia e à disciplina".
Eles reagiram mal a um diplomata mandando nas Forças Armadas e ao "esquerdismo" de Amorim, responsável pela aproximação com o Irã.
Dilma elogiou a experiência do ex-chanceler e fez comparações indiretas dele com Jobim ao ressaltar sua "moderação nas manifestações públicas" e a "elegância no relacionamento".
A presidente não chegou a citar o ex-ministro e minimizou sua saída: "Trocas de comando são rotina".
Jobim foi demitido após sucessivas declarações polêmicas. Disse que votou no tucano José Serra nas eleições de 2010 e afirmou que a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) "é muito fraquinha", e que Gleisi Hoffmann (Casa Civil) "sequer conhece Brasília".

ORÇAMENTO
Amorim evitou declarações políticas e se concentrou nas questões orçamentárias. Em fevereiro, o governo cortou R$ 4 bilhões da Defesa -o equivalente a um quarto do disponível para investimento e custeio.
A jornalistas Amorim negou que as negociações para comprar novos aviões de caça da Aeronáutica estejam paralisadas. Disse que conta com "a compreensão dos colegas da área financeira".
A cerimônia de posse foi rápida e pouco concorrida, com a presença de alguns ministros, diplomatas e militares e o presidente da Câmara, Marco Maia (PT).
Chanceler brasileiro nos dois governos Lula, ele ainda afirmou haver um "descompasso" entre a crescente influência do Brasil no cenário internacional e a capacidade da Defesa em acompanhá-la.


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