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Aborto não é questão de polícia, diz petista
DE SÃO PAULO
DE BRASÍLIA
No primeiro ato de campanha em São Paulo após o início do segundo turno, a candidata do PT, Dilma Rousseff, disse que, como presidente, não tratará mulheres
que fazem aborto como uma
"questão de polícia", mas como uma "questão de saúde".
Em discurso na noite de
ontem a militantes do PT e de
movimentos sindicais, Dilma
traçou uma diferença entre
suas posições pessoal e política sobre o aborto.
"Eu quero dizer para vocês
que eu, como pessoa, sou
contra o aborto. Agora, eu,
como presidente da República, não fecharei os olhos para
as mulheres que, em momento de desespero, cometem atos extremos e que, em
alguns deles, colocam em risco a própria vida. Como presidente, eu não tratarei essas
mulheres como questão de
polícia. Eu tratarei como
questão de saúde", afirmou.
A petista defendeu a distribuição de renda como instrumento de "resgate das famílias" e pregou "uma campanha que una todas as igrejas
e que assegure às mulheres
deste país, em qualquer estágio de gravidez, que elas poderão criar seus filhos".
Antes de Dilma falar, o
pastor Marco Feliciano, recém-eleito deputado federal
do PSC, defendeu a petista.
Faz parte da estratégia da
campanha do PT colocar lideranças religiosas para rebater rumores de que Dilma é
favorável ao aborto. "O Brasil
é um país cristão e permanecerá um país cristão. Eu peguei nas mãos dela [Dilma] e
senti paz", afirmou o pastor.
Dilma se disse vítima de
falsidades, calúnia e difamação: "O projeto que represento é o verdadeiro projeto a favor da vida. Esse projeto colocou na ordem do dia o resgate da família brasileira".
ANIMAÇÃO
Em Brasília, Dilma negou
que esteja desanimada e disse que vai "lutar todos os
dias" e "encarar todas" para
vencer a eleição, apesar da
frustração do partido com a
ida ao segundo turno. Em
conversas reservadas, Lula
manifestou preocupação
com o abatimento de Dilma.
Ainda com dificuldades
para caminhar por causa de
uma torção no pé direito, Dilma disse que sua animação
para a campanha pode ser
vista em seu rosto. "Você tá
achando [que estou desanimada]? Olha pra minha cara,
você tá achando que eu tô desanimada? Pelo contrário,
nunca estive tão animada".
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