São Paulo, domingo, 12 de setembro de 2010

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Marta e Aloysio negociam "não agressão"

Disputa por votos de Quércia e subida de Netinho mudam tática de petista e tucano

CATIA SEABRA
DANIELA LIMA
EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO

A disputa pelo patrimônio eleitoral de Orestes Quércia (PMDB) e a subida de Netinho de Paula (PCdoB) nas últimas pesquisas de intenção de votos mexeram com a estratégia das campanhas de Marta Suplicy (PT) e Aloysio Nunes (PSDB) pelas duas vagas de São Paulo no Senado.
A Folha apurou que a petista e o tucano negociam um "pacto de não agressão" daqui até o dia das eleições. A motivação de Marta seria manter os votos que tem hoje, e se tornar uma opção ao segundo voto de Aloysio.
Já o tucano ficaria livre de ataques, podendo aumentar a migração dos votos antes depositados em Quércia, e disputar o segundo voto do eleitor de Marta.
Netinho ficou de fora das negociações. Ele concorre ao Senado na chapa do PT e passou à frente no último Datafolha, empatado tecnicamente com Marta.
Marta e Aloysio teriam se reunido e conversado sobre a disputa. Quando a petista deixou a Prefeitura de São Paulo para José Serra (PSDB), em 2004, Aloysio Nunes coordenou a transição. Isso teria dado condições de diálogo aos dois.
Questionada pela Folha na última quinta-feira se havia feito alguma reunião para rediscutir a estratégia da campanha, Marta negou. "Não fiz reunião. Para onde vai o voto [do Quércia] é o povo quem decide. Voto não é cabresto", disse.
Em outra frente, os tucanos turbinarão a campanha do senador Romeu Tuma, que disputa a reeleição pelo PTB. Internado desde o último dia 1º no Hospital Sírio-Libanês, chegou a ter a renúncia cogitada.
Mas, após uma avaliação política, o PSDB entendeu que, sem uma opção de segundo voto, potenciais eleitores de Aloysio poderiam ampliar os índices de Marta e Netinho, diminuindo as chances de Aloysio Nunes.
Cientes das movimentações, aliados de Netinho dizem que ele manterá a linha de sua estratégia. Continuará fazendo campanha ao lado de Aloizio Mercadante, candidato do PT ao governo, em busca dos votos de petistas.
Sobre possíveis ataques, avaliam que há dois pontos que podem ser explorados: a falta de preparo do cantor, e o episódio da agressão à ex-mulher, em 2005.
Afirmam, no entanto, que ele está pronto para o embate técnico, e que há possibilidade de Netinho ser defendido pela ex, se o caso for diretamente citado na campanha de adversários.


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