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Marta e Aloysio negociam "não agressão"
Disputa por votos de Quércia e subida de Netinho mudam tática de petista e tucano
CATIA SEABRA
DANIELA LIMA
EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO
A disputa pelo patrimônio
eleitoral de Orestes Quércia
(PMDB) e a subida de Netinho de Paula (PCdoB) nas últimas pesquisas de intenção
de votos mexeram com a estratégia das campanhas de
Marta Suplicy (PT) e Aloysio
Nunes (PSDB) pelas duas vagas de São Paulo no Senado.
A Folha apurou que a petista e o tucano negociam um
"pacto de não agressão" daqui até o dia das eleições. A
motivação de Marta seria
manter os votos que tem hoje, e se tornar uma opção ao
segundo voto de Aloysio.
Já o tucano ficaria livre de
ataques, podendo aumentar
a migração dos votos antes
depositados em Quércia, e
disputar o segundo voto do
eleitor de Marta.
Netinho ficou de fora das
negociações. Ele concorre ao
Senado na chapa do PT e passou à frente no último Datafolha, empatado tecnicamente com Marta.
Marta e Aloysio teriam se
reunido e conversado sobre a
disputa. Quando a petista
deixou a Prefeitura de São
Paulo para José Serra
(PSDB), em 2004, Aloysio
Nunes coordenou a transição. Isso teria dado condições de diálogo aos dois.
Questionada pela Folha
na última quinta-feira se havia feito alguma reunião para
rediscutir a estratégia da
campanha, Marta negou.
"Não fiz reunião. Para onde
vai o voto [do Quércia] é o povo quem decide. Voto não é
cabresto", disse.
Em outra frente, os tucanos turbinarão a campanha
do senador Romeu Tuma,
que disputa a reeleição pelo
PTB. Internado desde o último dia 1º no Hospital Sírio-Libanês, chegou a ter a renúncia cogitada.
Mas, após uma avaliação
política, o PSDB entendeu
que, sem uma opção de segundo voto, potenciais eleitores de Aloysio poderiam
ampliar os índices de Marta e
Netinho, diminuindo as
chances de Aloysio Nunes.
Cientes das movimentações, aliados de Netinho dizem que ele manterá a linha
de sua estratégia. Continuará
fazendo campanha ao lado
de Aloizio Mercadante, candidato do PT ao governo, em
busca dos votos de petistas.
Sobre possíveis ataques,
avaliam que há dois pontos
que podem ser explorados: a
falta de preparo do cantor, e
o episódio da agressão à ex-mulher, em 2005.
Afirmam, no entanto, que
ele está pronto para o embate
técnico, e que há possibilidade de Netinho ser defendido
pela ex, se o caso for diretamente citado na campanha
de adversários.
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