|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.
Novata ameaça candidatos tradicionais no RS
Paulo Paim (PT) e Germano Rigotto (PMDB) estão atrás de Ana Amélia Lemos (PP)
GRACILIANO ROCHA
DE PORTO ALEGRE
Novata em campanhas
eleitorais, a jornalista Ana
Amélia Lemos (PP), 65, é hoje
uma ameaça concreta à eleição para o Senado de dois
medalhões da política gaúcha: o senador Paulo Paim
(PT) e o ex-governador Germano Rigotto (PMDB).
Ela tem 44%, segundo o
último Datafolha, contra
42% do peemedebista e 38%
do petista. Sem nunca ter disputado um único voto, Ana
Amélia subiu 11 pontos desde
o início do horário eleitoral
-maior expansão registrada
pelo instituto no período.
A televisão é o habitat da
gaúcha. Ela é jornalista desde 1970, mas ganhou projeção no Estado como comentarista política da RBS TV
(Globo local), onde trabalhou durante 33 anos. Demitiu-se para a disputa.
Loura de olhos castanhos,
Ana Amélia se veste com sobriedade. Calça social, camisa e terninho integram seu figurino básico.
Só o lenço, usado no pescoço, foi aposentado a pedido de seus marqueteiros para
ressaltar a diferença visual
com sua aliada a governadora Yeda Crusius (PSDB).
GANÂNCIA DA UNIÃO
Outsider na busca de voto,
ela carrega alguns características pouco comuns na política -mas obrigatórias entre
alguns profissionais de TV-:
costuma ser pontual na
agenda, prefere discursos
curtos e dispensa o teleprompter nas gravações.
Sabendo que o segundo
voto de eleitores de Paim e
Rigotto pode garantir sua
eleição, Ana Amélia diz que
"transcende" a direita gaúcha, reduto de seu partido.
"Sou de centro."
Ela diz que a produção nacional perde competitividade por causa da falta de políticas que reduzam os custos
no país e cobra a correção de
acordos do Mercosul que,
afirma, são "lesivos" para
produtos brasileiros.
Em outra frente, reclama
da concentração de 60% das
receitas nos cofres federais
em detrimento das prefeituras, que ficam com 15%.
"Não quero que a União
deixe de ser a prima rica da
federação, mas que deixe de
ser tão gananciosa", afirma.
BIÔNICO E TRAPÉZIO
Ana Amélia é casada com
Octávio Cardoso. Filiado à
Arena (legenda do regime
militar), ele foi suplente do
senador biônico Tarso Dutra
e exerceu os quatro anos do
mandato após a morte do titular. O casal não tem filhos.
Em 1970, ela atuou na comédia "Não aperta, Aparício!", em que incorporou a
personagem Miss Mary, uma
trapezista de circo.
Texto Anterior: Netinho tenta retirar tempo do PSDB, mas perde Próximo Texto: Minas Gerais: Anastasia exime Aécio e diz que Serra não cai só em seu Estado Índice | Comunicar Erros
|