São Paulo, segunda-feira, 13 de setembro de 2010

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Petista era aluna participativa, dizem ex-colegas

RICARDO BALTHAZAR
DE SÃO PAULO

Ex-colegas que conviveram com Dilma Rousseff no Instituto de Economia da Unicamp lembram-se de uma aluna curiosa e inquieta, que participava ativamente dos debates na sala e continuava discutindo na cantina.
"Ela não era do tipo que sentava ali só para assistir", disse Otaviano Canuto, que deu aulas em dois cursos que Dilma frequentou e hoje é um dos vice-presidentes do Banco Mundial. "Ela conhecia bem a teoria e contribuía com nossas discussões."
Mesmo afastada da universidade havia mais de 15 anos quando voltou a estudar, Dilma tinha facilidade para lidar com modelos matemáticos que economistas usam, disse outro ex-professor, Gilberto Tadeu Lima, hoje na USP.
Mas ela via com desconfiança esses modelos e a forma como a teoria econômica convencional explica o que ocorre no mundo real. "Ela era bastante crítica", disse Marcelo Curado, professor da Universidade Federal do Paraná.
Dilma largou o doutorado antes de definir o objeto de sua tese, mas Canuto lembra que ela estava interessada em entender as engrenagens que punham em marcha ataques especulativos como os que os países asiáticos tinham sofrido na crise de 1997.
Outro tema dominante na época era a fragilidade do regime de câmbio fixo que era um dos pilares da política econômica do governo FHC. Como a maioria dos colegas, ela achava que esse regime estava com os dias contados.
Com 50 anos, Dilma era a mais velha. "Estava sempre correndo", disse Rogério Gomes, professor da Unesp em Araraquara. "Chegava cedo e às vezes voltava no outro dia para Porto Alegre."


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