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Petista era aluna participativa, dizem ex-colegas
RICARDO BALTHAZAR
DE SÃO PAULO
Ex-colegas que conviveram com Dilma Rousseff
no Instituto de Economia
da Unicamp lembram-se
de uma aluna curiosa e inquieta, que participava
ativamente dos debates na
sala e continuava discutindo na cantina.
"Ela não era do tipo que
sentava ali só para assistir", disse Otaviano Canuto, que deu aulas em dois
cursos que Dilma frequentou e hoje é um dos vice-presidentes do Banco
Mundial. "Ela conhecia
bem a teoria e contribuía
com nossas discussões."
Mesmo afastada da universidade havia mais de 15
anos quando voltou a estudar, Dilma tinha facilidade para lidar com modelos matemáticos que economistas usam, disse outro ex-professor, Gilberto
Tadeu Lima, hoje na USP.
Mas ela via com desconfiança esses modelos e a
forma como a teoria econômica convencional explica o que ocorre no mundo real. "Ela era bastante
crítica", disse Marcelo Curado, professor da Universidade Federal do Paraná.
Dilma largou o doutorado antes de definir o objeto
de sua tese, mas Canuto
lembra que ela estava interessada em entender as
engrenagens que punham
em marcha ataques especulativos como os que os
países asiáticos tinham sofrido na crise de 1997.
Outro tema dominante
na época era a fragilidade
do regime de câmbio fixo
que era um dos pilares da
política econômica do governo FHC. Como a maioria dos colegas, ela achava
que esse regime estava
com os dias contados.
Com 50 anos, Dilma era
a mais velha. "Estava sempre correndo", disse Rogério Gomes, professor da
Unesp em Araraquara.
"Chegava cedo e às vezes
voltava no outro dia para
Porto Alegre."
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