São Paulo, segunda-feira, 14 de março de 2011 |
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Indicações para o 2º escalão esbarram em vetos de aliados Principais nomes sugeridos pelo PMDB, Geddel, Maranhão e Pessutti enfrentam resistência dentro da base governista Com fim do prazo dado por Dilma para definir nomeações, partidos devem intensificar cobrança sobre cargos DE SÃO PAULO O prazo dado por Dilma Rousseff -depois do Carnaval- acabou, e os partidos aliados voltam nesta semana a Brasília dispostos a cobrar uma definição sobre os postos-chaves no segundo escalão da máquina federal. PMDB e PSB lideram a lista de indicações represadas na Casa Civil de Antonio Palocci. Além das restrições da presidente a indicações políticas para cargos de perfil técnico, uma rede de vetos dentro da própria base ajuda a atrasar as nomeações. Os três nomes mais estrelados da lista de desejos do PMDB enfrentam restrições de ambas as naturezas. O ex-ministro Geddel Vieira Lima, derrotado para o governo da Bahia e indicado para a vice-presidência de pessoa jurídica da Caixa Econômica Federal, sofre veto do governador Jaques Wagner. O vice-presidente Michel Temer reiterou a Palocci o aval a Geddel. A cúpula do PMDB lembra que Dilma teria prometido ao peemedebista que um eventual convite não passaria por Wagner. Contra José Maranhão pesa a campanha feita pelo seu sucessor no governo da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), que fez um relato sobre a situação financeira encontrada no Estado a Dilma. Para o ex-governador, o PMDB pediu a sensível vice-presidência de fundos e loterias da Caixa, foco de escândalos recentes, como o caso Waldomiro Diniz, em 2004. O terceiro nomeado pelo PMDB para um banco federal -o ex-vice-governador do Paraná Orlando Pessutti, indicado para a diretoria de agronegócio do Banco do Brasil - sofre veto do ex-aliado Roberto Requião. Mas a situação é mais fácil de contornar, já que Requião virou aliado "non grato" depois que votou contra o governo no salário mínimo. POLÍTICOS Além dos vetos, Dilma tem repetido a interlocutores que não gostaria de ver políticos nos bancos federais. "Ela vai levar a sério esse critério", aposta um ministro. A lista que o PMDB entregou a Palocci tem 19 nomes. Além dos três políticos derrotados, há indicados de caciques do partido, como Henrique Eduardo Alves (RN) e Eduardo Cunha (RJ). O partido está incomodado com a campanha contra seus escolhidos, que atribui ao PT. "Falar em derrotados do PMDB é piada. Só o PT tem três derrotados que viraram ministros", reclama um dirigente peemedebista. Mas o PMDB também tem seu index. O presidente do Senado, José Sarney (AP), e sua filha, a governadora Roseana (MA), impediram que o ex-deputado Flávio Dino (PC do B) assumisse a Secretaria Nacional de Justiça. A despeito da restrição, o PC do B manteve o nome, que tem a simpatia do ministro José Eduardo Cardozo. A lista de notáveis do PSB tem a ex-governadora do Rio Grande do Norte Wilma Farias, para o comando da Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste), e o ex-prefeito de Manaus Serafim Corrêa, cotado para uma diretoria do Basa (Banco da Amazônia S/A). Wilma enfrentou concorrência no próprio partido, pois seu ex-vice, Iberê Ferreira, se candidatou ao mesmo posto. Dilma, entretanto, indicou que vai nomear a ex-governadora. (VERA MAGALHÃES) Texto Anterior: Por mais investimentos, lei sofrerá outras alterações Próximo Texto: Técnico ligado ao PMDB assume órgão que audita fundos de pensão Índice | Comunicar Erros |
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