São Paulo, segunda-feira, 14 de junho de 2010

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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010

PSDB lança Alckmin no ataque ao PT e a Dilma

"Quem quer dirigir o Brasil não pode andar na garupa", afirma tucano

Lançado candidato ao governo de SP, Alckmin ironiza dependência que, segundo ele, Dilma tem do presidente Lula

DANIEL RONCAGLIA
DE SÃO PAULO

Com a ampla vantagem de Geraldo Alckmin nas pesquisas ao governo paulista, a convenção do PSDB de São Paulo se transformou ontem em palco de críticas à candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff, e de elogios ao tucano José Serra.
"Quem quer dirigir o Brasil não pode andar na garupa. Porque quem pega carona e vai na garupa não guia, não breca, não acelera, não conduz", afirmou Alckmin, que vinha sendo pressionado no PSDB por seu pouco empenho em prol de Serra.
O ex-governador fez referências indiretas às multas que Dilma e o presidente Lula sofreram por propaganda antecipada e ao dossiê elaborado por um "grupo de inteligência" ligado ao PT.
"Alguns não querem entender isso. Preferem fazer intriga, desrespeitar a lei, antecipar a campanha, zombar da Justiça e das instituições", discursou o tucano, para cerca de 10 mil pessoas, segundo os organizadores -a PM não fez estimativa.

EMPENHO
Com 53% das intenções de votos, segundo pesquisa Datafolha divulgada em março, Alckmin destacou como exemplo para o país os projetos feitos pelo governo estadual durante os 15 anos de administração do PSDB no Estado de São Paulo.
Após o discurso, Alckmin disse que a eleição presidencial será melhor sem Lula, que o derrotou em 2006. "O presidente da República não é candidato, o que criava um desequilíbrio."
Depois de ter feito anteontem em Salvador seu discurso mais duro contra o PT, Serra preferiu uma fala mais contida. O presidenciável defendeu a administração que fez em São Paulo e pediu um governo de continuidade sem continuísmo.
Os outros dez oradores seguiram a linha de ataques ao PT. "Nesse Estado não se compram partidos políticos, movimentos sociais ou sindicatos", disse o governador Alberto Goldman (PSDB).
Candidato ao Senado, Orestes Quércia (PMDB) criticou o seu partido pela aliança nacional com o PT. Disse que a falta de experiência de Dilma fará com que ela tenha dificuldade de controlar o Congresso, que, segundo ele, tem "500 cobras criadas".

TUMULTO
Antes dos discursos, a convenção, que aconteceu na Assembleia Legislativa, foi marcada por um tumulto envolvendo o vereador Ricardo Montoro (PSDB) e o ex-secretário Andrea Matarazzo, impedidos de subir ao palco.
"Vocês vão ter que me deixar entrar", gritava Montoro.
Na confusão, uma militante passou mal e foi levada ao ambulatório. O tumulto só terminou depois que o acesso dos dois foi liberado.
A convenção também oficializou 140 candidatos à Câmara dos Deputados e 188 à Assembleia Legislativa.


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