São Paulo, quarta-feira, 15 de setembro de 2010

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Atella cita mais 2 nomes para "solucionar" quebra

Falso procurador de Veronica Serra entrega à PF adendo de depoimento

Contador que quebrou o sigilo da filha de tucano afirma que advogado e despachante podem ajudar resolver o caso


MARIO CESAR CARVALHO
ANDREA MICHAEL

DE SÃO PAULO

O advogado do contador Antonio Carlos Atella Ferreira entrega hoje à Polícia Federal de São Paulo um adendo a seu depoimento com o nome de duas pessoas que "podem ajudar a solucionar" o caso de quebra de sigilo fiscal de Veronica Serra, segundo o próprio defensor, Alexandre Trindade.
Os nomes são os do advogado Marcel Schinzari e do despachante Arão Queiroz.
Atella Ferreira foi quem apresentou a procuração falsa para obter num posto da Receita Federal em Mauá cópias da declaração de renda de Veronica de 2007 a 2009.
A grande dúvida na investigação da PF é quem pediu ao contador que quebrasse o sigilo fiscal da filha do presidenciável José Serra (PSDB). Os tucanos dizem, sem provas, que a ordem partiu da campanha da candidata Dilma Rousseff (PT).
"Seria leviano dizer que o Marcel foi o autor do pedido. Mas há um nexo entre Marcel e Ademir", diz Trindade.
Ademir Estevam Cabral, 51, é o office-boy e dono de um pequeno escritório de despachos no centro de São Paulo a quem o contador dizia estar a serviço quando assinou a procuração falsa com a qual conseguiu quebrar o sigilo de Veronica.
Em depoimento à polícia, o contador disse que foi Cabral quem entregou a ele a procuração falsa.
O advogado de Atella Ferreira diz que seu cliente conheceu Schinzari num escritório de advocacia na região da avenida Paulista. Segundo ele, o advogado pedia serviços para o contador executar na Junta Comercial e na Receita. Já o despachante Queiroz prestava serviços para o escritório do office-boy, diz Trindade.
Queiroz disse ao "Jornal Nacional" que conhece o contador e o office-boy, mas que não trabalha mais com pedidos de documentos.

O ADVOGADO
Antes de o nome de Schinzari ter sido citado na PF, a Folha falou com o advogado no seu escritório, especializado em direito tributário.
Schinzari disse, depois de várias respostas contraditórias, conhecer o office-boy.
"Já ouvi falar do Ademir e sei que ele é um office-boy." Depois de mais de uma hora de conversa, reconheceu que tanto o office-boy como o contador prestaram serviços para o seu escritório.
Schinzari pediu para que seu nome não fosse citado, já que a menção poderia prejudicar os seus negócios. Disse que seu escritório só presta serviços legais.


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