São Paulo, sábado, 21 de maio de 2011

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Governo reduz aposta de expansão da economia

Estimativa recuou de 5% para 4,5%; projeções para a inflação estão maiores

Apesar das mudanças, Planejamento prevê indicadores melhores que os do mercado e do próprio Banco Central


ANA CAROLINA OLIVEIRA
DE BRASÍLIA

O governo reduziu a previsão para o crescimento da economia neste ano em relação à estimativa feita dois meses atrás.
De acordo com a revisão bimestral do Orçamento divulgada ontem pelo Ministério do Planejamento, o PIB (Produto Interno Bruto, ou soma de bens e serviços produzidos no país) deve crescer 4,5% em 2011. A previsão anterior era de 5%.
A projeção para o índice oficial de inflação, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), subiu de 5,0% para 5,7%.
Para o Ministério do Planejamento, o número é "ainda compatível com a meta de inflação perseguida pela política monetária", que é de 4,5% com tolerância de dois pontos percentuais.
A aposta para a taxa média de câmbio, por sua vez, recuou de R$ 1,70 para R$ 1,61.
As previsões de PIB são mais otimistas que as do Banco Central, que espera crescimento de 4% no ano. Para a inflação, o BC projeta 5,6%. Economistas ouvidos semanalmente pelo Banco Central, na pesquisa Focus, esperam inflação maior (6,31%) e crescimento de 4%.
As novas previsões do Planejamento para indicadores econômicos não trouxeram alterações significativas nas projeções de receita e despesa, que foram praticamente mantidas.

CORTE MANTIDO
Por isso, o Planejamento assegura que o contingenciamento de R$ 50 bilhões no Orçamento da União, divulgado no início do ano, será mantido. O objetivo é ajudar a conter o crescimento da economia e melhorar as contas públicas.
Mas é possível que haja uma redução na arrecadação de Imposto de Renda, pessoa física e jurídica, e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), tributo cobrado das empresas.
Esta queda, provocada pelo crescimento menor da economia, será compensada por um maior recolhimento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), cuja alíquota subiu para controlar a entrada de dólares no país e o aumento do crédito.
Em abril, a arrecadação do IOF teve alta de 25,8%.
Também é esperada a arrecadação maior de PIS/Cofins e de Imposto de Importação.
Na quinta-feira, o governo divulgou que a arrecadação de tributos federais bateu novo recorde em abril.
Apesar do crescimento, a Receita afirma que o ritmo do pagamento de tributos começa a arrefecer, refletindo a expansão menor da atividade.


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