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OAB e oposição reagem a uso de TV estatal em ato de campanha do PT
PSDB quer investigação de prática; juristas dizem que há indícios de crime eleitoral
GABRIELA GUERREIRO
FELIPE SELIGMANN
DE BRASÍLIA
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e a oposição
reagiram ontem ao uso de
funcionários públicos e equipamentos da TV oficial do
governo para filmar comícios
da candidata Dilma Rousseff
(PT) com participação do
presidente Luiz Inácio Lula
da Silva.
Enquanto o presidente da
OAB, Ophir Cavalcante, disse
que a emissora "é do Estado,
não é do presidente em campanha", o PSDB decidiu acionar o Ministério Público Eleitoral para investigar.
Em conversas reservadas,
ministros e ex-ministros do
TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e do STF (Supremo Tribunal Federal) ouvidos pela
Folha disseram ver indícios
de crime eleitoral.
"Quero crer que o presidente não concordou, mas
algo deve ser feito para coibir
esse tipo de improbidade administrativa. O partido, a
campanha da candidata ou o
próprio presidente deveriam, espontaneamente, ressarcir o dinheiro gasto com
isso", sugeriu Cavalcante.
A Folha revelou que cinegrafistas e auxiliares da NBR
foram orientados a gravar os
discursos do presidente nos
eventos da campanha eleitoral. A TV NBR é o canal da
EBC (Empresa Brasil de Comunicação) que noticia atos
e políticas do governo.
Advogados do PSDB vão
encaminhar pedido de investigação ao Ministério Público
Eleitoral por considerar que
houve uso da máquina pública pelo governo. Também
vão pedir que a NBR encaminhe ao Senado cópias das
gravações dos eventos.
O líder do DEM na Câmara,
Paulo Bornhausen (SC), ironizou: "A única PPP [Parceria Público-Privada] que funciona é do governo, como
pessoa física, com candidatos do PT e a máquina governamental".
Para o senador Álvaro Dias
(PSDB-PR), a Justiça Eleitoral
tem que cobrar providências
da campanha petista.
Colaborou LUCAS FERRAZ , de Brasília
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