São Paulo, sábado, 23 de abril de 2011

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PMDB convida Chalita para disputar a Prefeitura de SP

Temer relata conversas com o deputado, que enfrenta problemas no PSB

Petistas acreditam em aliança e veem Chalita como um nome capaz de atrair setores da Igreja e das classes médias

TONI SCIARRETTA
ENVIADO ESPECIAL A COMANDATUBA (BA)
DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

Alçado à política paulista pelas mãos do governador Geraldo Alckmin, o deputado federal Gabriel Chalita (PSB-SP) foi convidado pelo vice-presidente da República, Michel Temer, a concorrer à Prefeitura de São Paulo pelo PMDB em 2012.
A articulação ampliaria o isolamento do PSDB de Alckmin, já que a expectativa é de que o PMDB e o PT componham uma chapa para disputar as eleições. Alckmin ainda tenta evitar o acordo de Chalita com os peemedebistas. Ciente da vontade do deputado de trocar de partido, o governador o incentiva a migrar para o PTB, comandado em São Paulo por Campos Machado, considerado "alckmista".
O convite do PMDB, dirigido por Temer, foi divulgado pelo vice-presidente ontem após evento com empresários em Comandatuba (BA).
"O Chalita tem conversado muito conosco. Se vier é um fortíssimo candidato a prefeito", disse Temer.
O PMDB corteja Chalita desde o ano passado. Procurado, o deputado não quis dar entrevista.
Temer aguardará uma posição sobre o destino do deputado até maio. Para concorrer à Prefeitura, ele teria que mudar de partido até setembro deste ano.
Chalita, que foi secretário estadual de Educação na gestão anterior de Alckmin, trocou o PSDB pelo PSB em 2009. Durante a última campanha presidencial, militou pela então candidata petista Dilma Rousseff, aproximando-se do PT e do PMDB do vice-presidente Michel Temer.
A avaliação é que, consolidada a migração para o PMDB, o PT buscará uma composição com a legenda, em acordo que envolveria a eleição na capital, em outros municípios e na sucessão ao governo do Estado em 2014.
Petistas enxergam Chalita como um bom vice, capaz de ampliar o diálogo da legenda com as classes médias e setores da Igreja Católica. Sabem, no entanto, que ele pensa em encabeçar uma chapa.

CRISE TUCANA
Na outra ponta do cenário está o PSDB, que passa por dificuldades na capital. Nesta semana, 6 dos 13 vereadores que compunham a bancada da legenda na Câmara Municipal se desfiliaram. Todos os dissidentes apoiaram Kassab contra Alckmin em 2008, quando o hoje governador disputou a prefeitura pelo PSDB.
Serra é considerado o único capaz de unir os dois campos ("alckmistas" e "kassabistas") em torno de sua candidatura, mas rejeita a ideia.
Kassab, que fundará um partido, o PSD, costuma dizer que não faria oposição se Serra fosse o candidato. Mas, com o ex-governador fora, tem apostado em dois aliados para sua sucessão: o vice-governador Guilherme Afif Domingos e o secretário municipal de Meio Ambiente, Eduardo Jorge.

Colaborou DANIEL RONCAGLIA, de São Paulo

O jornalista TONI SCIARRETTA viaja a convite da Lide (Grupo de Líderes Empresariais)


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