São Paulo, sábado, 23 de abril de 2011

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ANÁLISE

Anúncio pode ser balão de ensaio para elevar dote eleitoral de peemedebistas

BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO

O histórico do PMDB impõe cautela diante de notícias de que a sigla enfrentará aliados para lançar um candidato próprio -qualquer que seja o cargo em questão.
Apesar da aparência solene, os anúncios costumam se revelar meros balões de ensaio, inflados apenas para elevar o dote do partido nas negociações pré-eleitorais.
Assim que os peemedebistas obtêm o que desejam, o discurso da independência é esquecido, e os balões se desmancham no ar.
O próprio Michel Temer, que patrocina o convite a Gabriel Chalita para disputar a Prefeitura de São Paulo, usou o truque nas últimas duas eleições presidenciais.
Em 2006, comandou a encenação de uma prévia entre Anthony Garotinho e Germano Rigotto para escolher o indicado do PMDB ao Planalto.
Logo o teatro foi desfeito, e a legenda liberou seus caciques a negociar com PT e PSDB nos balcões estaduais.
Na disputa seguinte, Temer autorizou Roberto Requião a sonhar com a Presidência em voo solo, mesmo depois de prometer apoio à futura candidata de Lula.
Só desmontou a peça ao ser confirmado como o vice da chapa de Dilma Rousseff.
A prefeitura paulistana é o maior alvo do PT em 2012. Fiador da aliança nacional, Temer será cobrado a ajudar -ou a não atrapalhar- na briga real com o PSDB.
Em outra frente, o PSB, também dilmista, não tardará a ameaçar Chalita com a perda do mandato por infidelidade partidária.
O deputado deve saber onde está se metendo. Em 2009, virou socialista após ouvir a promessa de que seria candidato ao Senado. Acabou na Câmara, disputando espaço e holofotes com outros 512.


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