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E-mails pró-Dilma circulam em estatais
Funcionários da Petrobras e da Eletrobrás usam correio eletrônico corporativo para defender voto em petista
Empresas dizem que prática é proibida e será investigada; autores de mensagens não responderam à Folha
CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO
PEDRO SOARES
DO RIO
O correio eletrônico de estatais tem sido usado para
pregação de voto para a Presidência da República, apesar de a prática ser proibida.
No dia 14, circulou no mailing corporativo da Petrobras
uma mensagem em defesa
do voto na candidata petista
Dilma Rousseff.
Destinado "aos jovens
eleitores petroleiros", o e-mail chegou a diferentes Estados e inclui foto do candidato do PSDB José Serra empunhando uma arma.
No dia 21, o correio eletrônico da Eletrobrás foi usado
para circulação de um e-mail
sob o título "Gabrielli prova a
Miriam como o Serra ia vender a Petrobrax".
No e-mail, a técnica Simone de Castro Rodrigues reproduz uma carta do presidente da Petrobras, Sergio
Gabrielli, ao blog da jornalista Miriam Leitão.
INVESTIGAÇÃO
Petrobras e Eletrobrás informaram, por meio de suas
assessorias, que o uso de correio eletrônico para fins políticos contraria as normas internas das empresas.
Ainda segundo as estatais,
os casos serão investigados e
os servidores estão sujeitos a
sanções administrativas.
De autoria de Flavio
Eduardo Tschiedel, geofísico-sênior da Petrobras, o e-mail enviado a petroleiros
continha até uma foto em
que Serra assistia ao naufrágio de uma plataforma. "Petroleiros, não se deixem enganar pelo tró-ló-ló do PSDB
de Serra!", diz o e-mail, segundo o qual, "a cara do governo PSDB era a Plataforma
P-36 inclinada a 30 graus".
"Conclamamos todos os
petroleiros a eleger Dilma
Presidente", encerra.
Tschiedel trabalha na Unidade de Negócios da Petrobras no Espírito Santo.
Segundo a assessoria da
empresa, a prática é proibida
por norma interna e "o correio encaminhado pelo jornal foi repassado à área competente, que vai apurar".
Esse não é o único caso de
uso de e-mail da Petrobras a
vir à tona. Na semana passada, um coordenador da Gerência de Patrocínios da estatal, Claudio Jorge Oliveira,
disparou e-mails convidando "caros amigos" a participar de encontro da candidata
petista com artistas.
Ele é subordinado ao petista Wilson Santarosa, gerente
de comunicação da Petrobras. Indagada sobre o caso
-registrado pelo jornal "O
Globo"-, a Petrobras informou que "teve conhecimento" do uso do e-mail da empresa para envio de mensagens favoráveis à candidata.
A Folha tentou entrar em
contato com os funcionários
que enviaram e-mails, mas
eles não foram localizados.
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