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Lula volta a acusar Serra de armar "farsa"
"Até um papelzinho jogado na cabeça leva o cidadão a fazer tomografia", ironiza presidente sobre agressão a tucano
Campanha faz pesquisas para medir repercussão e, até resultado, mantém estratégia de dizer que
tucano "se fez de vítima"
Roberto Stuckert Filho/Divulgação
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O presidente Lula e a presidenciável do PT, Dilma Rousseff, durante comício na noite de ontem em Uberlândia (MG)
ENVIADO ESPECIAL A UBERLÂNDIA
DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva voltou a dizer
que a agressão sofrida pelo
presidenciável José Serra
(PSDB), no Rio, foi simulada.
Em comício da candidata
Dilma Rousseff (PT), ontem à
noite, em Uberlândia (MG),
Lula disse que foi jogado um
"papelzinho" na cabeça do
tucano e que a agressão é
uma "farsa que tentaram jogar na cabeça do povo".
"Nunca o povo foi respeitado como agora, e a gente
não pode jogar isso fora por
um bando de mentira que está sendo contado. Até um papelzinho que foi jogado na
cabeça leva o cidadão a fazer
tomografia", disse Lula.
"É uma vergonha a farsa
que tentaram jogar na cabeça do povo. Tem muita gente
pobre aqui que morre e não
consegue fazer ultrassonografia e ressonância magnética", afirmou o presidente.
A campanha de Dilma decidiu manter a estratégia de
afirmar que o tucano "se fez
de vítima", pelo menos até
que ficassem prontas as planilhas apuradas pelo marketing, por meio de pesquisas
para medir a repercussão da
agressão contra Serra.
Segundo a Folha apurou,
alguns integrantes do grupo
dilmista avaliaram que a polêmica só ganhou dimensão
maior com a crítica de Lula.
Para alguns dos interlocutores, Lula teria se precipitado.
Após o episódio, os primeiros programas de TV da
candidata exploraram a versão de que Serra fora alvejado somente por uma bolinha
de papel, mas imagens feitas
pela Folha dão conta de que
um objeto circular e transparente também o acertou.
Petistas afirmam que o
problema, na verdade, não
reside em qual objeto atingiu
o tucano, mas, sim, na "espetacularização do fato".
Segundo um petista, a
campanha explorou o episódio para tentar neutralizar o
programa de Serra, que levou o caso à TV, associando o
PT à violência. Havia, ainda,
a intenção de "ridicularizar"
o tucano, comparando-o ao
goleiro chileno Rojas, que simulou um ferimento em partida contra o Brasil pelas eliminatórias da Copa de 1990.
COMÍCIO
Sobre Serra ter responsabilizado a "turma da Dilma"
pelo confronto no Rio, Lula
disse que o público do comício era a "turma da Dilma".
"A turma da Dilma é a turma da paz, que paga imposto
de renda, INSS e que sustenta este país", afirmou Lula.
Em seu discurso, Dilma
pediu à população que não
dê ouvidos às versões de fatos sobre sua vida e disse que
isso deve se intensificar com
a proximidade do pleito.
"De hoje até o dia da eleição vão tentar criar falsidades e calúnias, como vêm fazendo, semeando o ódio e
uma coisa muito ruim, que é
o conflito religioso." Durante
o dia, a petista disse que,
apesar de ter sido alvo de um
balão de água em Curitiba,
não saiu "por aí acusando a
campanha dele [Serra]".
(PAULO PEIXOTO, NATUZA NERY, RANIER
BRAGON e MÁRCIO FALCÃO)
Colaborou RODRIGO VIZEU, de Belo
Horizonte
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