São Paulo, sábado, 23 de outubro de 2010

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Lula volta a acusar Serra de armar "farsa"

"Até um papelzinho jogado na cabeça leva o cidadão a fazer tomografia", ironiza presidente sobre agressão a tucano

Campanha faz pesquisas para medir repercussão e, até resultado, mantém estratégia de dizer que tucano "se fez de vítima"

Roberto Stuckert Filho/Divulgação
O presidente Lula e a presidenciável do PT, Dilma Rousseff, durante comício na noite de ontem em Uberlândia (MG)

ENVIADO ESPECIAL A UBERLÂNDIA
DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a dizer que a agressão sofrida pelo presidenciável José Serra (PSDB), no Rio, foi simulada.
Em comício da candidata Dilma Rousseff (PT), ontem à noite, em Uberlândia (MG), Lula disse que foi jogado um "papelzinho" na cabeça do tucano e que a agressão é uma "farsa que tentaram jogar na cabeça do povo".
"Nunca o povo foi respeitado como agora, e a gente não pode jogar isso fora por um bando de mentira que está sendo contado. Até um papelzinho que foi jogado na cabeça leva o cidadão a fazer tomografia", disse Lula.
"É uma vergonha a farsa que tentaram jogar na cabeça do povo. Tem muita gente pobre aqui que morre e não consegue fazer ultrassonografia e ressonância magnética", afirmou o presidente.
A campanha de Dilma decidiu manter a estratégia de afirmar que o tucano "se fez de vítima", pelo menos até que ficassem prontas as planilhas apuradas pelo marketing, por meio de pesquisas para medir a repercussão da agressão contra Serra.
Segundo a Folha apurou, alguns integrantes do grupo dilmista avaliaram que a polêmica só ganhou dimensão maior com a crítica de Lula.
Para alguns dos interlocutores, Lula teria se precipitado.
Após o episódio, os primeiros programas de TV da candidata exploraram a versão de que Serra fora alvejado somente por uma bolinha de papel, mas imagens feitas pela Folha dão conta de que um objeto circular e transparente também o acertou.
Petistas afirmam que o problema, na verdade, não reside em qual objeto atingiu o tucano, mas, sim, na "espetacularização do fato".
Segundo um petista, a campanha explorou o episódio para tentar neutralizar o programa de Serra, que levou o caso à TV, associando o PT à violência. Havia, ainda, a intenção de "ridicularizar" o tucano, comparando-o ao goleiro chileno Rojas, que simulou um ferimento em partida contra o Brasil pelas eliminatórias da Copa de 1990.

COMÍCIO
Sobre Serra ter responsabilizado a "turma da Dilma" pelo confronto no Rio, Lula disse que o público do comício era a "turma da Dilma".
"A turma da Dilma é a turma da paz, que paga imposto de renda, INSS e que sustenta este país", afirmou Lula.
Em seu discurso, Dilma pediu à população que não dê ouvidos às versões de fatos sobre sua vida e disse que isso deve se intensificar com a proximidade do pleito.
"De hoje até o dia da eleição vão tentar criar falsidades e calúnias, como vêm fazendo, semeando o ódio e uma coisa muito ruim, que é o conflito religioso." Durante o dia, a petista disse que, apesar de ter sido alvo de um balão de água em Curitiba, não saiu "por aí acusando a campanha dele [Serra]". (PAULO PEIXOTO, NATUZA NERY, RANIER BRAGON e MÁRCIO FALCÃO)

Colaborou RODRIGO VIZEU, de Belo Horizonte


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