São Paulo, quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

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Paim cede à pressão de Dilma e decide apoiar R$ 545

DE BRASÍLIA

O Planalto conseguiu ontem mudar o voto do senador Paulo Paim (PT-RS), que durante todo o governo Lula defendeu valores mais elevados para o mínimo e que havia declarado ser favorável a um aumento para R$ 560.
Dilma chamou o petista ontem e o convenceu a apoiar a proposta do governo. "Ela disse: "Paim, teu voto tem a simbologia dessa luta, seria importante estarmos juntos". Se votasse contra, eu marcaria uma posição, talvez receberia uma palma ou outra, mas o trabalhador perderia muito, e os aposentados também", afirmou Paim.
Ele disse que Dilma prometeu abrir uma discussão sobre uma política de reajuste para os aposentados que ganham acima de um salário mínimo, entre outras coisas.
Até o fechamento desta edição, o texto que estabelece a política de reajuste até 2015, com fixação do valor de R$ 545 em 2011, ainda não havia sido votado pelo Senado. A tendência era de aprovação com folga.
A sessão começou com um embate entre Itamar Franco (PPS-MG) e o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR).
Em crítica aos R$ 545, o mineiro lembrou a frase do ex-presidente João Baptista Figueiredo, que respondeu que daria um "tiro no coco" em resposta à pergunta sobre o que faria se vivesse com salário mínimo. Jucá questionou os atos do governo de Itamar pró-valorização do mínimo.
A lei prevê que até 2015 o mínimo será corrigido com base na inflação, mais o índice de crescimento da economia de dois anos antes.
Havia também emenda para tentar derrubar trecho que dá ao governo o poder de até 2015 estabelecer o valor do mínimo por meio de decreto presidencial, e não mais por projeto de lei.
De acordo com o governo, 47,7 milhões de trabalhadores têm os salários influenciados pelo valor do mínimo. (GABRIELA GUERREIRO, FLÁVIA FOREQUE E RANIER BRAGON)


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