São Paulo, quarta-feira, 24 de novembro de 2010

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Governo do RJ nega que secretário tenha recebido de empresa

Assessoria afirma que reportagem sobre a operação Castelo de Areia fez "ilações" contra Wilson Carvalho

Documentos que citam o auxiliar de Cabral são oficiais e fazem parte de 2 relatórios produzidos em investigação da PF

DE SÃO PAULO

A assessoria de imprensa do governo do Estado do Rio negou ontem que o secretário de Governo, Wilson Carlos de Carvalho, tenha recebido dinheiro da construtora Camargo Corrêa, como suspeita a Polícia Federal, com base em documentos da operação Castelo de Areia.
Para a assessoria, reportagem publicada pela Folha na segunda-feira "fez considerações que fugiram aos fatos". "E, ao escapar aos fatos, permitiu-se fazer ilações que difamaram não apenas a figura do secretário de Governo do Rio de Janeiro, Wilson Carlos de Carvalho, como a do próprio governador, insinuando que papéis apreendidos em uma operação da Polícia Federal poderiam comprovar suborno e caixa dois em campanha".
Na carta, a assessoria diz ainda que "o cerne da reportagem se sustenta em base inexistente: na de que na operação da PF, intitulada Castelo de Areia, o secretário, teria o seu nome associado a pagamentos da empreiteira Camargo Corrêa para obras do Metrô do Rio".
Documentos oficiais obtidos pela Folha mostram seis citações ao secretário, com seu nome completo e cargo. São dois relatórios da PF com conclusões da operação e diversos documentos apreendidos na Operação Castelo de Areia, suspensa desde março por liminar do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
A assessoria diz que "o secretário Wilson Carlos de Carvalho nunca foi convidado ou intimado pela PF para ser ouvido ou prestar explicações para nada".
No relatório, a PF pede a abertura de novo inquérito, mas isso não ocorreu graças à paralisação do caso.
A carta diz que a reportagem se baseia em documentos não oficiais. Todos eles, no entanto, são da PF e integram o inquérito concluído.
Segundo a assessoria do governo do Rio, "a Camargo Corrêa não fez qualquer obra para o Metrô do Rio" na gestão de Sérgio Cabral.
A Camargo Corrêa integra o consórcio que fará um dos lotes do Metrô do Rio. A obra não chegou a ser executada porque está embargada, como consta da reportagem.
Na carta, a assessoria diz ainda que o pagamento de R$ 28 milhões feito à empreiteira por conta de uma obra para a Cedae, companhia de água e esgoto, "nada tem a ver com a suposta "denúncia da Folha" associada a obras no Metrô" e "foi licitada no passado, resquício de obras ainda do governo Marcello Alencar". A informação está na reportagem.


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