São Paulo, quarta-feira, 24 de novembro de 2010

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Kassab pressiona DEM a antecipar troca de comando

Prefeito, que negocia ida para o PMDB, disse considerar permanência na legenda se tiver condições "confortáveis"

O presidente do partido criticou pressão, mas afirmou estar aberto ao diálogo; para Kassab, é hora de revigorar sigla

Lula Marques/Folha Imagem
O prefeito Gilberto Kassab (DEM-SP), no Congresso, onde encontrou líderes do partido

GABRIELA GUERREIRO
FLÁVIA FOREQUE

DE BRASÍLIA

DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

Em almoço com líderes do DEM em Brasília, o prefeito Gilberto Kassab (SP) defendeu ontem a antecipação das eleições para a escolha de um novo comando para a sigla -alternativa que, segundo democratas, poderia pôr fim nas negociações para que ele vá para o PMDB.
Desgastado com o grupo ligado ao presidente do partido, Rodrigo Maia (RJ), cujo mandato vai até o final de 2011, Kassab disse que considera permanecer no DEM se tiver "condição confortável", com espaço para transitar -cenário que seria facilitado pela troca de comando.
O prefeito almoçou com o líder do DEM no Senado, Agripino Maia (RN), e o ex-presidente da sigla, Jorge Bornhausen (SC). "Posso assegurar que a preferência dele é se manter no partido. Política é diálogo e todos nós queremos o fortalecimento do DEM", disse Agripino.
Questionado sobre a antecipação da troca de presidente, o senador tergiversou. "A renovação acontece, mas ela não implica imposição. Ninguém é permanente."
Kassab sinalizou ontem que tem prazo para uma definição. "Teremos até o final de março para decidir o futuro do DEM. O momento é de revigorá-lo", afirmou.
Procurado, Rodrigo Maia, criticou a pressão exercida pelo prefeito, mas disse que está aberto ao diálogo. "Todos nós trabalharemos para que ele permaneça, mas estabelecer as coisas na base da troca, creio, não é o melhor caminho", afirmou.
Em São Paulo, Kassab articula a formação de uma "terceira via política", baseada no agrupamento de partidos que hoje gravitam em torno do PSDB e do PT no Estado. Esse movimento reforçou a tese de ida para o PMDB.
Rodrigo Maia disse ontem que "o diálogo permanente com um bloco com a mesma ansiedade [que o DEM] vai ao encontro do fortalecimento do partido e do projeto de que o DEM não seja uma linha auxiliar do PSDB".


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