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CPI pede indiciamento de Arruda e Roriz
Ex-governador do DF, atual candidato ao cargo e mais 20 são acusados de desvio de dinheiro público e formação de quadrilha
Relatório de comissão parlamentar diz que esquema funcionou por dez anos, a partir de 99, e financiou campanhas
FILIPE COUTINHO
DE BRASÍLIA
A CPI da Corrupção do DF
aprovou ontem o relatório final que pede o indiciamento
de 22 pessoas, incluindo o ex-governador José Roberto Arruda (sem partido) e o candidato ao governo Joaquim Roriz (PSC), pelo esquema de
cobrança de propina e compra de deputados -conhecido como mensalão do DEM.
O pedido de indiciamento
ainda envolve Paulo Octávio,
vice de Arruda, e outros aliados do ex-governador. Os
seis deputados distritais investigados pela Polícia Federal, contudo, foram poupados. "Não foram encontrados
indícios de que qualquer deputado desta Casa recebeu
propina para aprovar o Plano
Diretor do DF", disse o relator, Paulo Tadeu (PT).
No total, a CPI aponta a
prática de 17 crimes, como
corrupção ativa e passiva,
formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
"Nos governos de Joaquim
Roriz e Arruda, as regras foram invertidas, e dispensava-se a licitação para facilitar
a atuação dos grupos criminosos", diz o relatório, que
segue: "Embora Arruda seja
o símbolo, Roriz foi muito
mais pródigo nos contratos
sem licitação. A podridão do
governo Arruda saiu das entranhas do governo Roriz".
O texto, que chama Arruda
de "gestor de esquema nefasto de corrupção", teve aprovação unânime da comissão.
O documento afirma que o
esquema começou no governo de Roriz, antecessor de Arruda e agora candidato a governador. Foram dez anos de
desvio, entre 1999 e a Operação Caixa de Pandora.
A CPI estava parada havia
dois meses. O relatório final
segue agora para Polícia Federal, Ministério Público e
Superior Tribunal de Justiça.
Segundo a comissão, o esquema de desvio de dinheiro
foi utilizado para financiar a
campanhas de Roriz (2002) e
Arruda (2006) ao governo.
A CPI apurou que o "orçamento da Caixa de Pandora",
ou seja, quanto o governo
gastou em contratos suspeitos, soma R$ 4,2 bilhões desde a gestão de Roriz.
Procurados, os advogados
de Arruda não ligaram de
volta. O coordenador da campanha de Roriz, Paulo Fona,
afirmou que se trata de uma
"jogada política": "Isso vem
de um deputado do PT. A CPI
ficou parada meses e agora
aparece o relatório às vésperas da eleição".
"É um ato político e indecoroso de uma Câmara sem
moral", afirmou o advogado
de Paulo Octávio, Antônio
Carlos de Almeida.
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