São Paulo, quarta-feira, 27 de outubro de 2010

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Serra nega direcionamento, mas diz que "pode ter havido acordo de construtoras"

DE SÃO PAULO
DO RIO
DO ENVIADO A CARUARU (PE)

O candidato do PSDB à Presidência e ex-governador de São Paulo, José Serra, descartou ontem hipótese de direcionamento da concorrência cujo resultado fora registrado com seis meses de antecedência pela Folha. Repetindo que estava fora do governo quando foi aberta a licitação, Serra disse que pode ter ocorrido acordo entre as empresas participantes.
"Direcionamento [na licitação] não houve. Pode ter havido acordo de construtoras", disse Serra. Segundo tucanos, a reportagem foi alvo de preocupação no comitê eleitoral de Serra. Em conversas pela manhã, os coordenadores da campanha sugeriram imediata investigação.
"Creio que o governador [Alberto] Goldman vai instaurar agora investigação incluindo o Ministério Público para ver se houve acordo entre as empresas", disse o tucano, para quem o processo ocorreu após sua saída: "Isso tudo transcorreu depois de minha saída, mas é importante que seja esclarecido".
O tucano afirmou ainda que o Metrô cancelou uma licitação anterior para redução de gastos.
"O Metrô anulou uma concorrência porque não gostou dos preços apresentados. Exigiu diminuição. Isso aconteceu da outra vez. Portanto, do ponto de vista dos custos, o Metrô atuou impecavelmente."
Em Caruaru, questionada sobre a reportagem da Folha, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou que não comentaria o caso naquele momento.
A candidata alegou que ainda tinha compromisso de campanha na Bahia. Disse que falaria sobre o assunto "com mais tempo" hoje.

VITÓRIA
Ao receber apoio ontem da bancada do PV na Assembleia Legislativa de São Paulo, Serra afirmou que acredita na vitória. E deu sinais de que aposta suas fichas no debate de sexta-feira, na Globo.
Segundo participantes da reunião, Serra disse que a adversária Dilma Rousseff (PT) responderá a perguntas que deixou sem respostas.
Ao comentar o depoimento em que a ex-ministra Erenice Guerra admitiu audiência com empresários que negociavam com firma de seu filho na Casa Civil, ironizou.
"Pelo menos agora a candidata Dilma não vai atribuir à imprensa. Ela tinha atribuído o que tinha acontecido na Casa Civil à invenção da imprensa. Do ponto de vista eleitoral, pelo menos agora não vai poder fazer isso."

MARACANÃ
Durante visita às obras de reforma do estádio do Maracanã, Serra afirmou que Lula está inerte diante da alta na inflação dos preços de alimentos. "Estamos tendo uma inflação de alimentos, como há muito tempo não se via, de alimentos básicos para nossa população", afirmou, no gramado.
Antes, Serra bateu dois pênaltis com o deputado federal Otávio Leite (PSDB) no gol. Um o deputado defendeu. Outro, Serra marcou.
"Basta olhar o que aconteceu nos últimos três meses. A carne está virando um produto de luxo. Aumentou [o preço do] frango, carne de porco, arroz, feijão, açúcar. Estamos tendo inflação precisamente nos alimentos", afirmou o tucano.
Serra deveria ter visitado o estádio na quarta passada, mas foi atingido na cabeça durante confronto entre militantes de PT e PSDB no bairro Campo Grande, zona oeste do Rio. Após o confronto, cancelou sua agenda.
"Sofri muito nesta campanha com as truculências da rua, bloqueios de batalhões de choque do PT, como aconteceu outro dia aqui em Campo Grande", disse o candidato do PSDB.


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