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Serra nega direcionamento, mas diz que "pode ter havido acordo de construtoras"
DE SÃO PAULO
DO RIO
DO ENVIADO A CARUARU (PE)
O candidato do PSDB à
Presidência e ex-governador
de São Paulo, José Serra, descartou ontem hipótese de direcionamento da concorrência cujo resultado fora registrado com seis meses de antecedência pela Folha. Repetindo que estava fora do governo quando foi aberta a licitação, Serra disse que pode
ter ocorrido acordo entre as
empresas participantes.
"Direcionamento [na licitação] não houve. Pode ter
havido acordo de construtoras", disse Serra. Segundo tucanos, a reportagem foi alvo
de preocupação no comitê
eleitoral de Serra. Em conversas pela manhã, os coordenadores da campanha sugeriram imediata investigação.
"Creio que o governador
[Alberto] Goldman vai instaurar agora investigação incluindo o Ministério Público
para ver se houve acordo entre as empresas", disse o tucano, para quem o processo
ocorreu após sua saída: "Isso
tudo transcorreu depois de
minha saída, mas é importante que seja esclarecido".
O tucano afirmou ainda
que o Metrô cancelou uma licitação anterior para redução de gastos.
"O Metrô anulou uma concorrência porque não gostou
dos preços apresentados.
Exigiu diminuição. Isso
aconteceu da outra vez. Portanto, do ponto de vista dos
custos, o Metrô atuou impecavelmente."
Em Caruaru, questionada
sobre a reportagem da Folha, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff,
afirmou que não comentaria
o caso naquele momento.
A candidata alegou que
ainda tinha compromisso de
campanha na Bahia. Disse
que falaria sobre o assunto
"com mais tempo" hoje.
VITÓRIA
Ao receber apoio ontem da
bancada do PV na Assembleia Legislativa de São Paulo, Serra afirmou que acredita na vitória. E deu sinais de
que aposta suas fichas no debate de sexta-feira, na Globo.
Segundo participantes da
reunião, Serra disse que a adversária Dilma Rousseff (PT)
responderá a perguntas que
deixou sem respostas.
Ao comentar o depoimento em que a ex-ministra Erenice Guerra admitiu audiência com empresários que negociavam com firma de seu
filho na Casa Civil, ironizou.
"Pelo menos agora a candidata Dilma não vai atribuir
à imprensa. Ela tinha atribuído o que tinha acontecido na
Casa Civil à invenção da imprensa. Do ponto de vista
eleitoral, pelo menos agora
não vai poder fazer isso."
MARACANÃ
Durante visita às obras de
reforma do estádio do Maracanã, Serra afirmou que Lula
está inerte diante da alta na
inflação dos preços de alimentos. "Estamos tendo
uma inflação de alimentos,
como há muito tempo não se
via, de alimentos básicos para nossa população", afirmou, no gramado.
Antes, Serra bateu dois pênaltis com o deputado federal Otávio Leite (PSDB) no
gol. Um o deputado defendeu. Outro, Serra marcou.
"Basta olhar o que aconteceu nos últimos três meses. A
carne está virando um produto de luxo. Aumentou [o
preço do] frango, carne de
porco, arroz, feijão, açúcar.
Estamos tendo inflação precisamente nos alimentos",
afirmou o tucano.
Serra deveria ter visitado o
estádio na quarta passada,
mas foi atingido na cabeça
durante confronto entre militantes de PT e PSDB no bairro
Campo Grande, zona oeste
do Rio. Após o confronto,
cancelou sua agenda.
"Sofri muito nesta campanha com as truculências da
rua, bloqueios de batalhões
de choque do PT, como aconteceu outro dia aqui em Campo Grande", disse o candidato do PSDB.
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