São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 2011

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Bruno Covas terá de dar explicações na Assembleia de SP

Em gravação, pré-candidato do PSDB à prefeitura diz ter recebido oferta de propina após aprovação de emenda quando ele era deputado

DANIELA LIMA
SILVIO NAVARRO
DE SÃO PAULO

Secretário estadual de Meio Ambiente e pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, Bruno Covas será convocado pelo Conselho de Ética da Assembleia Legislativa a explicar a declaração de que um prefeito lhe ofereceu propina após aprovação de uma emenda de R$ 50 mil.
A convocação será pedida pelos integrantes petistas do colegiado. O PT é adversário do PSDB na corrida eleitoral. A exposição e o envolvimento de Covas no caso deflagraram um processo de fritura de sua pré candidatura.
Além de Covas, os deputados Roque Barbiere (PTB) e Major Olímpio (PDT) serão alvos dos petistas. Barbiere estourou uma crise ao dizer, em agosto, ao jornal "F?olha da Região", de Araçatuba, que 25% a 30% dos parlamentares da Casa vendem emendas e fazem lobby para empreiteiras.
O caso ganhou fôlego depois que o jornal "O Estado de S. Paulo" divulgou trecho de entrevista em que Covas contou ter sido assediado com R$ 5.000 em propina por um prefeito, após aprovação de uma emenda.
No relato, ele diz não ter aceitado o dinheiro. "Dá isso para uma Santa Casa" sugere, na gravação. "Ele tomou uma decisão muito grave, de pedir para doar a uma instituição", disse o líder do PT, Enio Tatto.

CPI
O PT também pediu a abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), na tentativa de inflar o desgaste sobre Covas e o governo de Geraldo Alckmin (PSDB).
A requisição causou desconforto nos aliados do tucano. Há um temor de que não assinar a CPI será interpretado como sinal envolvimento nas acusações de Barbiere.
Ontem, o deputado do PTB esteve na Casa. Depois, se encontrou com o presidente da sigla, o deputado estadual Campos Machado. Segundo aliados, Machado tentaria demover Barbiere da ideia de denunciar parlamentares nominalmente. Na mira do deputado estão os companheiros da legislatura anterior, já que os novos praticamente não tiveram emendas liberadas.
Advogados ligados ao PTB sugeriram a Barbiere que se licenciasse até que o caso arrefecesse, alegando que teria de acompanhar problemas na gravidez de sua mulher.
Licenciado, Campos Machado poderia negociar com os partidos, especialmente o PT, sobre a desistência da CPI. O Conselho de Ética da Casa fará amanhã sua primeira sessão sobre o tema.


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