São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 2011

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BC admite expansão do crédito maior que a esperada no ano

Estimativa passou de 15% para 17%, mas presidente da instituição diz que inflação ficará dentro do limite previsto

Em agosto, calote de consumidores e empresas subiu de 5,2% para 5,3%, maior nível desde fevereiro de 2010

EDUARDO CUCULO
SHEILA D'AMORIM
DE BRASÍLIA

O Banco Central já estima uma expansão maior no volume de financiamentos este ano. O chefe do Departamento Econômico da autoridade monetária, Tulio Maciel, disse que as concessões de crédito deverão crescer 17%.
Até abril, o ritmo de empréstimos subia em torno de 21%, e o BC avaliava que o crescimento ideal era de 15%. Desde então, o governo tomou uma série de medidas para esfriar a economia, com objetivo de conter a inflação.
Apesar de ter desacelerado, o volume ainda é alto, especialmente na área de financiamentos habitacionais. "Estamos vendo o crédito crescendo um pouco acima do estimado. Mas é uma evolução sustentável, principalmente quando comparamos com 2007 e 2008, quando crescia a 30%", disse Maciel.
Os bancos públicos vão novamente liderar o crescimento das concessões neste ano, impulsionados pelo crédito habitacional da Caixa Econômica Federal.
Ao mesmo tempo em que os empréstimos aumentam, os calotes sobem.
Em agosto, a inadimplência de consumidores e empresas passou de 5,2% para 5,3%. Foi o maior nível desde fevereiro do ano passado. Para pessoas físicas, a taxa subiu para 6,7% -abaixo da média verificada desde 2000. Na crise de 2009, a inadimplência bateu 8,5%.

INFLAÇÃO
Ainda assim, o presidente do BC, Alexandre Tombini, espera que a inflação recue ao menos um ponto percentual entre outubro e dezembro. Se a previsão se confirmar, o indicador fechará o ano em 6,3%.
O índice está dentro do limite fixado pelo BC, de 6,5%, mas longe das estimativas de analistas, de 6,52%. Em audiência pública ontem no Senado, Tombini rebateu os ataques do mercado à atuação do BC.
No último dia 31, a instituição reduziu a taxa básica de juros de 12,5% para 12%, o que suscitou uma enxurrada de críticas, já que a inflação ainda é considerada alta.
Segundo Tombini, a piora do cenário internacional nas últimas semanas pesou na decisão. "Tudo isso já estava na conta", afirmou. "Não temos bola de cristal para prever quebra de um país ou instituição, mas temos capacidade de avaliar o quadro". Ele também garantiu que o BC continuará atuando para corrigir eventuais distorções nos negócios com dólar.


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