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Pressa encareceu obra do Rodoanel, afirmam empresas
Para garantir entrega no prazo para Serra, construtoras alegam que custo subiu; Estado diz que conclusão até abril era contratual
ALENCAR IZIDORO
DE SÃO PAULO
Empreiteiras do trecho sul
do Rodoanel dizem que a
obra ficou mais cara devido à
necessidade de correr para
conter os atrasos e entregá-la
até abril -antes de José Serra
(PSDB) sair do governo para
ser candidato à Presidência.
Esse é um dos principais
argumentos utilizados pelas
construtoras para reivindicar
da Dersa pagamentos extras
que superam R$ 180 milhões.
Os pedidos à estatal foram
formalizados de abril a junho, conforme documentos
acessados pela Folha, e estão sob análise no governo. O
Estado alega, porém, que esse prazo era contratual
-obrigação delas, sob pena
de multa a ser calculada.
A obra já teve um aumento
em 2009 -mais de R$ 300
milhões, em valores atuais-
e totaliza hoje R$ 3,3 bilhões.
As empreiteiras afirmam
que chuvas atípicas provocaram imprevistos que afetaram os cronogramas.
Para conter atrasos, conforme pedido pela Dersa, dizem que tiveram de mudar o
projeto original de terraplanagem e comprar pedra e asfalto em lugar distante, porque usinas e pedreiras previstas não conseguiriam produzir tudo de última hora.
O resultado final, segundo
elas, é que os gastos aumentaram com novos materiais,
maior quantidade de caminhões e de funcionários.
A tarefa de negociar com
as construtoras para que a vitrine de Serra não atrasasse
era do ex-diretor da Dersa
Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto.
Ele ganhou projeção após
ser citado por Dilma Rousseff
(PT) em um debate -a petista disse, baseada na revista
"IstoÉ", que ele teria desviado R$ 4 milhões destinados à
campanha tucana. O engenheiro nega a acusação.
Serra fez a inauguração do
trecho sul do Rodoanel um
dia antes de sair do governo.
ASFALTO E PEDRA
Alteração citada por empreiteiras para conter atrasos
foi definida com a Dersa em
novembro. Ela incluiu a troca
de terra e argila por cimento e
rachão na camada final da
terraplenagem.
A "providência foi tomada", segundo relato do consórcio formado por OAS/
Mendes Jr./Carioca, após
"concluir" que era "a única
maneira de viabilizar a entrega das obras no prazo fixado
e em perfeitas condições técnicas e de segurança".
O consórcio formado por
Odebrecht/Constran menciona também a elevação de
gastos com asfalto e pedras.
A proposta original era
que 91% da pavimentação
fosse feita em 2009, mas
"praticamente a totalidade
desse serviço teve que ser
executada nos meses de janeiro a março de 2010".
Como a usina de asfalto
não tinha "capacidade para
atender ao volume de repente demandado", segundo as
empresas, foi preciso buscar
usinas complementares, de
10 km a 85 km de distância.
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