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ANÁLISE
Senado foi o calcanhar de aquiles do governo Lula
KENNEDY ALENCAR
DE BRASÍLIA
O empenho do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva nas
eleições para o Senado se deve às derrotas políticas e às
críticas incisivas que sofreu
nesta Casa do Congresso nos
seus dois mandatos.
O Senado foi o calcanhar
de aquiles. Lula pagou um
preço alto em cargos e verbas
para formar maioria numérica que, em crises políticas e
na votação de projetos prioritários, nem sempre bancou
suas determinações.
Mais: no Senado, foram
feitos os discursos mais duros contra Lula e familiares.
Ele gostaria de dar o troco.
Por isso, agora prioriza as
eleições para o Senado, que
terá a renovação de 54 das 81
cadeiras. Essa atenção começou na montagem de candidaturas competitivas do PT e
de aliados e continua na propaganda no rádio e na TV
(que pede votos ao "time de
Lula" para candidatos a deputado e a senador).
O presidente avalia que
um eventual governo Dilma
Rousseff terá maioria na Câmara. Até o PTB, que apoia o
candidato do PSDB, José Serra, e o PP, que não integrou o
arco oficial de alianças da petista, já sinalizam que pretendem aderir a ela. No Senado,
a batalha é mais complexa.
Para Lula, é estratégico o
apoio a candidatos que são
suplentes de atuais senadores. Os suplentes, pela posição de menor poder, pois
chegam lá devido à ausência
do titular, mostram-se mais
fiéis ao governo. A maioria
deles foi ardorosa defensora
em batalhas impopulares.
Com pouca chance de ser
eleito, o mineiro Wellington
Salgado (PMDB) é exemplo
de escudeiro fiel. Na crise do
Senado em 2009, quando Lula não abandonou o presidente da Casa, José Sarney
(PMDB), Salgado foi mais
leal ao Planalto que a bancada do PT. Aloizio Mercadante
teve de revogar uma "irrevogável" renúncia à liderança
da bancada na votação de
abertura de processo contra
Sarney no Conselho de Ética.
O plano de Lula é dar a Dilma blindagem contra derrotas em CPIs e votações vitais,
como na extinção da CPMF.
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