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Serra defende mudança na aposentadoria
Ao falar a representantes do funcionalismo público, tucano diz preferir "mexer na idade do que na remuneração"
Candidato aborda tema ao ser indagado sobre fundo de previdência complementar, que nunca saiu do papel
CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO
O candidato do PSDB à
Presidência, José Serra, admitiu ontem a possibilidade
de ampliar a idade mínima
para a concessão de aposentadoria no setor público, caso seja eleito.
Em reunião com representantes do funcionalismo, ele
defendeu aposentadoria integral para os servidores, ainda que seja preciso aumentar
o tempo de contribuição.
Embora não tenha falado
explicitamente em reforma,
Serra afirmou que pretende
refazer a questão previdenciária no Brasil.
"Acho que isso tudo [previdência] vamos ter que rediscutir. Particularmente toda a questão previdenciária,
quero refazer no Brasil de
maneira realista, que funcione. Prefiro mexer muito mais
na idade do que na remuneração", disse, durante reunião organizada pelo Fórum
Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado.
Em mais uma demonstração que pensa em mudar as
regras, Serra disse que essa é
uma questão que deve ser
examinada "com abertura".
"Para fazer uma coisa séria. Do contrário, ficamos
com um pé em cada canoa
nessa matéria."
À noite, Serra fez questão
de explicar que um novo modelo não se aplicaria aos
atuais servidores. Mas aos futuros servidores.
Já na saída do evento, Serra minimizou as declarações,
alegando que aquela não era
uma proposta fechada.
"Não estabeleci critério. Isso é uma coisa para discussão", alegou o candidato, dizendo-se favorável ao benefício integral para o servidor
público "que, na verdade,
não precisa se aposentar com
40 e poucos anos como em
alguns casos ocorre".
Ele abordou o assunto ao
ser questionado sobre fundo
de previdência complementar. Instituído na reforma da
Previdência de 2003, o fundo
receberia aporte de recursos
federais para financiar aposentadoria no serviço público, mas nunca saiu do papel.
Serra disse que o fato de
não ter sido criado é uma prova de que a proposta do governo não era "realista".
Hoje, a idade mínima para
aposentadoria no setor público é de 60 anos para homens e 55 anos para mulheres. Em alguns casos pode ser
de 53 anos (homens) e 48
anos (mulheres).
No encontro, Serra condenou a politização da máquina. "O Estado não pode ser
obeso em função única e exclusivamente do alimento
político-partidário", criticou.
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