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TRÉPLICA
FERNANDA PEIXOTO
A reação da professora Maria Isaura Pereira de
Queiroz à resenha que escrevi sobre "Agruras e
Prazeres de uma Pesquisadora", aferrada a uma
breve passagem de um texto que procura sublinhar a grandeza de sua obra, me deixou perplexa.
00Segundo a autora, "é inteiramente falsa" a informação de que "iniciou-se como pesquisadora
no bojo de convênio firmado entre a Universidade de Columbia (EUA) e o governo da Bahia para
a realização de pesquisas em comunidades típicas
de várias regiões do Estado" (grifo meu). Dizer
"no bojo" não é dizer que foi aluna ou pesquisadora de universidades americanas, tampouco que
tenha realizado viagens aos EUA e, menos ainda,
que fez pesquisas em várias comunidades. O que
afirmo é que sua investigação sobre a dança de
São Gonçalo, publicada no volume "Sociologia e
Folclore" (Livraria Progresso, 1958), se insere numa cena mais ampla de estudos empreendidos
em várias comunidades baianas sob os auspícios
do referido convênio, executado pela Fundação
para o Desenvolvimento da Ciência na Bahia.
00Segundo Thales de Azevedo, diretor da Fundação e prefaciador do volume, o estudo da professora Maria Isaura foi desenvolvido "graças à cooperação financeira do Programa de Pesquisas Sociais da Fundação" (pág. 7). Além disso, a escolha
da comunidade de Santa Brígida decorreu de uma
visita que ele fez ao arraial, em 1950, em companhia de Benjamin Zimmerman. É isso o que quer
dizer "no bojo".
Fernanda Peixoto é professora de Antropologia na Universidade Estadual Paulista.
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