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Pré-escola só teve 1% dos alunos nas férias Em janeiro, 110 crianças de 4 e 5 anos, de 11 mil matriculadas, foram às aulas; nas creches, a adesão foi de 23,2% Acordo judicial obriga a abertura das unidades nas férias; especialista defende a oferta de escolas em janeiro
DE RIBEIRÃO PRETO Balanço oficial da Prefeitura de Ribeirão mostra que, por três anos seguidos, foi baixa a presença de crianças de creche (zero a três anos) e pré-escola (quatro a cinco anos) durante as férias de janeiro na rede municipal. A abertura das unidades passou a ser obrigatória após um acordo judicial de 2010, fruto de uma ação civil pública movida pela Defensoria Pública de Ribeirão. Pelos dados da prefeitura, a maior ausência foi nas pré-escolas: apenas 110 crianças compareceram às aulas em janeiro, apesar de os pais de 1.100 crianças terem dado o nome de seus filhos em dezembro na escola, interessados na abertura das classes. O índice de presença significa apenas 1% dos 11 mil alunos dessa faixa etária. Nas creches, a adesão foi maior: 1.280 crianças de até três anos participaram das aulas no mês passado, o que equivale a 23,2% do total de matriculados. No início deste mês, a Folha já havia revelado que era baixa a frequência de alunos. Em uma das escolas visitadas em janeiro pela Folha, na Emei Santa Terezinha, no Jardim Sumaré, um garoto de quatro anos era o único presente entre alunos da tarde. A secretária da Educação, Débora Vendramini, disse que os membros da pasta devem se reunir para avaliar como funcionaram as unidades infantis em janeiro. A abertura de creches não é consenso entre pedagogos. Em julho de 2011, O CNE (Conselho Nacional de Educação), vinculado ao Ministério da Educação, aprovou por unanimidade um parecer considerando que creches e pré-escolas não devem funcionar no período de recesso. Débora diz que a prefeitura só cumpre a legislação. "Temos dialogado, mas não temos um posicionamento firmado que não o cumprimento do TAC [o acordo]". DEFESA DA ABERTURA Mesmo com a baixa adesão, a necessidade de abrir creches, principalmente para as mães que trabalham, é sustentada pelo defensor público Victor Hugo Albernaz. "O poder público deve oferecer o serviço. O cidadão pode ou não abrir mão desse direito, mas o Estado não pode tomar essa decisão", disse. O ex-presidente do Conselho Municipal de Educação José Marcelino Rezende Pinto, também docente da USP, diz que 1.280 crianças nas creches mostra que há, sim, demanda. "Para elas, é melhor ir à creche do que ser cuidado pelo irmão mais velho, no improviso, enquanto a mãe trabalha." Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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