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Pré-escola só teve 1% dos alunos nas férias

Em janeiro, 110 crianças de 4 e 5 anos, de 11 mil matriculadas, foram às aulas; nas creches, a adesão foi de 23,2%

Acordo judicial obriga a abertura das unidades nas férias; especialista defende a oferta de escolas em janeiro

Silva Junior-12.jan.2012/Folhapress
O aluno Gabriel, 4, brinca em área de recreação na Emei Santa Terezinha, em Ribeirão
O aluno Gabriel, 4, brinca em área de recreação na Emei Santa Terezinha, em Ribeirão

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Balanço oficial da Prefeitura de Ribeirão mostra que, por três anos seguidos, foi baixa a presença de crianças de creche (zero a três anos) e pré-escola (quatro a cinco anos) durante as férias de janeiro na rede municipal.

A abertura das unidades passou a ser obrigatória após um acordo judicial de 2010, fruto de uma ação civil pública movida pela Defensoria Pública de Ribeirão.

Pelos dados da prefeitura, a maior ausência foi nas pré-escolas: apenas 110 crianças compareceram às aulas em janeiro, apesar de os pais de 1.100 crianças terem dado o nome de seus filhos em dezembro na escola, interessados na abertura das classes.

O índice de presença significa apenas 1% dos 11 mil alunos dessa faixa etária.

Nas creches, a adesão foi maior: 1.280 crianças de até três anos participaram das aulas no mês passado, o que equivale a 23,2% do total de matriculados.

No início deste mês, a Folha já havia revelado que era baixa a frequência de alunos.

Em uma das escolas visitadas em janeiro pela Folha, na Emei Santa Terezinha, no Jardim Sumaré, um garoto de quatro anos era o único presente entre alunos da tarde.

A secretária da Educação, Débora Vendramini, disse que os membros da pasta devem se reunir para avaliar como funcionaram as unidades infantis em janeiro.

A abertura de creches não é consenso entre pedagogos. Em julho de 2011, O CNE (Conselho Nacional de Educação), vinculado ao Ministério da Educação, aprovou por unanimidade um parecer considerando que creches e pré-escolas não devem funcionar no período de recesso.

Débora diz que a prefeitura só cumpre a legislação. "Temos dialogado, mas não temos um posicionamento firmado que não o cumprimento do TAC [o acordo]".

DEFESA DA ABERTURA

Mesmo com a baixa adesão, a necessidade de abrir creches, principalmente para as mães que trabalham, é sustentada pelo defensor público Victor Hugo Albernaz.

"O poder público deve oferecer o serviço. O cidadão pode ou não abrir mão desse direito, mas o Estado não pode tomar essa decisão", disse.

O ex-presidente do Conselho Municipal de Educação José Marcelino Rezende Pinto, também docente da USP, diz que 1.280 crianças nas creches mostra que há, sim, demanda. "Para elas, é melhor ir à creche do que ser cuidado pelo irmão mais velho, no improviso, enquanto a mãe trabalha."

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