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1 em cada 4 aprovados na USP desiste na 1ª chamada

Em Ribeirão Preto, 24,1% das 1.360 vagas não foram preenchidas de imediato

Maior oferta em outras faculdades públicas até na capital e não passar no curso preferido explicam abstenção

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Um a cada quatro aprovados no vestibular para cursos da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto desistiu de fazer a matrícula na primeira chamada deste ano, nos dias 8 e 9 deste mês.

Foram preenchidas 75,9% das 1.360 vagas no campus nesses dias. Nenhum dos cursos teve 100% de matrículas, inclusive medicina, que ficou com sete vagas abertas.

A proporção é a segunda mais baixa do campus de Ribeirão desde 2001. A menor, de 72%, foi no ano passado.

Os cursos de fonoaudiologia, pedagogia e odontologia estiveram entre os que mais tiveram "sobras" de vagas na primeira chamada. Há também cursos tradicionais -direito, por exemplo, teve 17% das vagas não preenchidas.

Segundo a coordenação dos cursos, porém, as aulas costumam começar com a totalidade de alunos previstos, depois das sucessivas chamadas para matrícula.

Ontem, foi repetida a tradição de pintar o rosto de calouros da USP com as matrículas da segunda chamada -os dados desta fase ainda não foram fechados.

O aumento de vagas em universidades públicas, a opção por morar perto de casa e o fato de não ter atingido a nota mínima no curso preferido estão entre as possíveis razões para a desistência do aprovado, apontam docentes dos cursos de Ribeirão.

SONHO DA MEDICINA

No curso de fonoaudiologia, 19 vagas ficaram abertas na primeira chamada, de um total de 30.

Segundo a docente Adriana Ribeiro Tavares Anastasio, coordenadora do curso, o sonho de cursar medicina pode ser uma das hipóteses para as desistências.

"O que ocorre na área da saúde é que vários candidatos optam por medicina e prestam também fisioterapia, fonoaudiologia, mas [não se matriculam porque] não era o que queriam."

Ontem, Bianca Yoghiyoka, 18, garantiu matrícula na segunda chamada em pedagogia, um dos com mais sobras. "Tem que gostar mesmo para fazer o curso, porque reconhecimento é difícil."

A instituição com maior proporção de "sobras" de vagas foi a FFCLRP (ciências e letras de Ribeirão).

Presidente da Comissão da Graduação da FFCLRP, Pietro Ciancaglini afirma que um levantamento detalhado ainda será feito sobre as causas.

Em sua opinião, porém, uma das hipóteses é a expansão de faculdades públicas, inclusive na capital paulista.

"Houve aumento das federais, por exemplo. Antes recebíamos muitos alunos da capital. Hoje alguns optam por ficar na sua cidade."

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