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Júri não acabará com dor, diz mãe de Selma

Quase 14 anos após garota morrer arrastada em Ribeirão, família se prepara para julgamento

ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO

"A dor não vai aliviar após o julgamento, mas só me resta [ter] justiça", disse Zenith Artigas, 73, mãe de Selma Heloísa Artigas, que morreu aos 22 anos após ser arrastada pelo cinto de segurança de uma camionete em Ribeirão.

O crime aconteceu em 1998. Quase 14 anos após a morte de Selma, Zenith se prepara para o julgamento, marcado para 17 de maio.

O juiz Luís Augusto Freire Teotônio presidirá o júri.

Zenith disse que busca forças para encarar de frente Pablo Russel Rocha, 37, acusado do crime. "Ele acabou com metade de mim", afirmou.

Na época, Rocha disse que foi um acidente e que não ouviu gritos porque escutava música alta. Segundo ele, Selma, conhecida como Nicole, ficou presa ao cinto após uma briga. Ontem, a Folha não conseguiu falar com Sergei Cobra Arbex, defensor do acusado, até as 20h30.

Já Hélio Romulo Rocha, advogado-assistente de acusação, afirmou ontem que o crime é homicídio triplamente qualificado: por motivo fútil, mediante tortura e após emboscada ou simulação.

Ele criticou declarações de Arbex, que disse à Folha no início deste mês que Teotônio tem intenção de condenar Rocha. A suspeição sobre o juiz foi considerada improcedente pelo Tribunal de Justiça de São Paulo em 1999 e o juiz continua no caso.

Para Zenith, a vida dela "deixou de existir" após a morte da filha. "É uma perda muito grande, me sinto a última das criaturas, impotente."

A espera, para ela, foi um "verdadeiro martírio". "Achei que nunca ia acontecer [o julgamento]." Ela diz que deixou de trabalhar após o crime -era cozinheira e hoje vive de pensão do INSS.

A irmã da vítima, Sandra Artigas, 42, guarda a imagem de Selma "menina".

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