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Motorista diz que levou suspeita à prefeitura

Apesar disso, CPI da Cohab afirma que não há indícios de envolvimento de nenhum servidor público na suposta fraude

Relatório da comissão que apura suposto esquema na entrega de casas populares fica pronto semana que vem

GABRIELA YAMADA
DE RIBEIRÃO PRETO

Apesar de um motorista ter afirmado ontem, na CPI da Cohab, que viu uma das suspeitas de estelionato do caso levar dinheiro para a Prefeitura de Ribeirão Preto, a Comissão Parlamentar de Inquérito informou que não há indícios do envolvimento de nenhum servidor público na suposta fraude.

A CPI apura a existência de um suposto esquema para furar fila na entrega de casas populares em Ribeirão. A suspeita de estelionato Marta Mobiglia, 45, afirmou, em depoimentos no ano passado, que repassava o dinheiro para a administração por meio da irmã da prefeita Dárcy Vera (PSD), Marli Vera.

Ontem, o motorista André Luís de Paula Messias confirmou à CPI que levava Marta à prefeitura três vezes por semana. A prefeita nega envolvimento no caso e diz que há conotação política nas denúncias de Marta.

Visivelmente nervoso, Messias afirmou que prestou serviço particular para Marta por seis meses e recebia em torno de R$ 2.000 mensais.

Durante o período, segundo ele, Marta era levada para a prefeitura com uma pasta. Lá, ela ficava por cerca de 30 minutos. A suspeita também ia, segundo ele, para a agência do centro do Banco do Brasil e a outros locais.

Ele afirmou que Marta pedia os documentos pessoais e dinheiro das supostas vítimas, mas não sabe para quem eram entregues. "Ela dizia que precisava dos documentos para que ninguém passasse pelo sorteio", afirmou.

Ainda segundo Messias, ele soube da existência da suposta fraude tempos depois de ser contratado.

Messias afirmou ainda que nenhuma das casas prometidas foram entregues.

CPI INOCENTA PREFEITA

À Folha presidente da comissão, Walter Gomes (PR), afirmou que o depoimento do motorista deixa claro que não há indícios do envolvimento de nenhum servidor público na suposta fraude.

"Ele não disse o nome de nenhum político envolvido, nem da prefeita ou da irmã dela", afirmou. A CPI é composta por aliados da prefeita na Câmara, como Gomes.

Durante a audiência, José Carlos de Oliveira, o Bebé (PSD), afirmou que o depoimento de Messias "não acrescentou em nada" à CPI. Já o relator Samuel Zanferdini (PMDB) disse que a fala do motorista foi confusa.

Ontem, os vereadores decidiram encerrar a CPI, iniciada em dezembro e que teve dez pessoas ouvidas. O relatório final deverá ficar pronto na semana que vem.

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