Movimento contra reajuste na Câmara diz ser perseguido

Silva Junior-12.abr.2012/Folhapress

Jonas Paschoalick (à esq.) discute com o presidente da Câmara, Cícero Gomes da Silva

Representante do Movimento Panelaço, o professor de história Jonas Paschoalick, 30, protocolou ontem um termo de declaração no Ministério Público em que informa que membros do grupo estão sendo ameaçados.

As intimidações, diz ele, se intensificaram na sessão da Câmara de Vereadores de Ribeirão Preto de anteontem, quando Paschoalick discutiu no plenário com o presidente do Legislativo, Cícero Gomes da Silva (PMDB).

A manifestação de anteontem foi a sexta do grupo, que protesta contra o aumento de 40% nos salários dos vereadores da cidade.

"Na saída, um batalhão de funcionários estava na porta. Um deles me disse o seguinte: 'é melhor você organizar isso direito senão alguém pode se machucar'", afirmou.

Na declaração entregue ao Ministério Público, Paschoalick diz que há boatos de que a Câmara está levantando informações a seu respeito para a criação de um dossiê.

Por conta disso, o professor apresentou ao promotor um atestado de antecedente criminal da SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública), que não registra pendência jurídico-criminal.

Ele declarou ainda que há a desconfiança de que há "infiltrados" no grupo de manifestantes, com o objetivo de causar problemas.

Na página do grupo na internet, uma integrante diz ter sido alvo de xingamentos de assessores parlamentares.

O promotor Sebastião Sérgio da Silveira disse que determinou uma averiguação preliminar sobre o caso.

"Levantar dados sigilosos é grave. É crime de violação e não pode acontecer", afirmou à Folha.

Na quinta, durante a sessão, um funcionário da TV Câmara fez imagens do movimento e de Paschoalick.

Sérgio Luís Figueiredo, coordenador da TV, afirmou que o grupo é filmado desde a primeira manifestação e que as imagens são destinadas a reportagens jornalísticas.

O presidente da Câmara de Ribeirão negou que o Legislativo esteja preparando um dossiê contra Paschoalick. Ele também diz desconhecer a existência de ameaças.

Hoje, o movimento irá realizar a primeira manifestação na rua, em frente ao Theatro Pedro 2º, às 10h. Uma passeata está marcada para ocorrer às 13h.