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Produzir cerveja vira 'tarefa doméstica'

Ribeirão Preto tem pelo menos 50 fabricantes artesanais da bebida; brincadeira já virou negócio para adeptos

Perfil do cervejeiro é de homem de classe média e que tenha espaço disponível para a fabricação em casa

Silva Junior/Folhapress
Renato Vergoni, com garrafas e equipamentos usados na fabricação de cerveja em casa
Renato Vergoni, com garrafas e equipamentos usados na fabricação de cerveja em casa

WOLFGANG PISTORI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

Ribeirão Preto tem sua história ligada às grandes cervejarias, mas fabricar cerveja, hoje, virou "tarefa doméstica" na cidade.

Local que já abrigou Paulista e Antarctica no século 20, Ribeirão vê na produção caseira a aparição de novas variedades, apoiadas em cursos e na paixão pela bebida.

Além do gasto financeiro, a cerveja leva ao menos oito horas para ser produzida. "Quanto mais alcoólica, mais demorada", diz Alfredo Reziek, que há um ano faz sua cerveja.

Além dele, a cidade tem ao menos 50 "homebrewers", nome dado a quem faz a bebida na cozinha ou nos quintais de casa, segundo a Acerva (Associação dos Cervejeiros Artesanais Paulistas).

A cidade é a segunda em concentração de cervejeiros caseiros do país, atrás da região de Blumenau (SC), que tem cem cervejeiros, segundo a associação catarinense -não há entidade que concentre dados nacionais.

O perfil do produtor é o de homem de classe média com estabilidade financeira e espaço. "Geralmente é a mulher que reclama", afirma o empresário Renato Vergoni, que produz há quatro anos.

Cada estilo homenageia uma banda de rock. "Acabei de engarrafar a Red Zeppelin", diz, em referência à mistura da banda Led Zepellin com a cerveja Red Ale - de alta fermentação, cor vermelha e médio teor alcoólico.

A proliferação de cervejeiros se explica, em parte, pela facilidade de matéria-prima. Há quatro anos, achar malte de cevada e lúpulo a preço acessível era missão ingrata.

Hoje, o kit básico -panela, chiller (que resfria a bebida), balde e densímetro- pode variar de R$ 800 a R$ 2.000.

O carioca Leonardo Botto deu três cursos na cidade desde 2008, com 25 alunos em cada. Uma das lições, diz ele, é que não há a pretensão de formar profissionais. A produção caseira, no entanto, em alguns casos vira negócio (leia texto nesta página).

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