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Visitação pode ter afetado obra de Portinari

Museu em Brodowski recebe 200 pessoas por dia; há pinturas que podem cair da parede, segundo restaurador

Após intervenção em pinturas em 2004, direção limitou o acesso aos afrescos no interior da Capela da Nonna

Edson Silva - 20.jun.2012/Folhapress
Pinturas na Capela da Nonna, do Museu Casa de Portinari, em Brodowski, que foi fechado para visitação no dia 22
Pinturas na Capela da Nonna, do Museu Casa de Portinari, em Brodowski, que foi fechado para visitação no dia 22

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

O alto número de visitantes pode estar entre as principais razões que afetaram as pinturas no Museu Casa de Portinari, em Brodowski. Isso porque a movimentação do público altera a temperatura e a umidade internas.

A avaliação é de Julio Moraes, restaurador da empresa contratada pelo governo estadual para elaborar o plano de conservação dos afrescos.

O museu foi fechado para visitação no último dia 22 para a reforma dos afrescos. Não há previsão de reabertura.

O problema da delaminação, que é o desprendimento da pintura, concentra-se na chamada Capela da Nonna, um dos três prédios que compõem o museu e onde o pintor Candido Portinari (1903-62) passou a infância.

Feitas pelo artista diretamente sobre as paredes, as pinturas podem realmente cair se não houver uma intervenção, afirma Moraes. Ele classificou a deterioração como repentina e acelerada.

Durante a semana, o museu recebe por dia cerca de 200 pessoas, a maioria estudantes -em feriados prolongados, o número chega a 350.

"Se tem muita gente frequentando um lugar pequeno, elas falam, há a respiração, tudo isso pode afetar [a pintura]", afirma.

Até 2004, era permitido que as pessoas (no máximo seis) visitassem toda a capela para ver os afrescos.

Após a recuperação das pinturas em 2004, porém, a organização do museu restringiu o acesso. Agora, é permitida a visitação apenas até a entrada da capela, que está cercada por cordas. O limite de público é de três adultos ou cinco crianças.

Segundo Moraes, outros fatores podem ter contribuído para a deterioração das pinturas: uma das paredes com afrescos já teve no passado infiltração e rachadura.

Angelica Fabbri, diretora do museu, diz que há um cuidado com o público para evitar danos às obras e que a entidade aguardará as orientações dos restauradores para saber se restringirá ainda mais a visitação à capela.

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