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Juíza manda delegado e mais 3 a júri popular
Sérgio Siqueira, do 6º DP, dois investigadores e o ex-investigador Ricardo Guimarães são acusados de duplo homicídio
Acusados fariam parte de grupo de extermínio que atuou na região entre 1998 e 2003, segundo o Ministério Público de SP
GEORGE ARAVANIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
A Justiça de Ribeirão Preto
decidiu que o delegado Sérgio
Siqueira, dois investigadores e
um ex-investigador, todos suspeitos de pertencer a um grupo
de extermínio formado por policiais e que teria agido na cidade entre 1998 e 2003, sejam levados a júri popular pela acusação de duplo homicídio qualificado. Ainda cabe recurso.
Além de Siqueira, a sentença
da juíza Isabel Cristina Alonso
Bezerra dos Santos considerou
pronunciáveis (quando o juiz
acha que há elementos suficientes para que os acusados
sejam julgados) os investigadores Pedro Moreti Júnior e Fernando Carrion Serrano, além
do ex-investigador Ricardo José Guimarães, o único que está
preso -acusado de outros 11
homicídios, está na penitenciária de Campo Grande (MS).
Procurado pela Folha, Siqueira, chefe do 6º DP, não quis
comentar o assunto. O Ministério Público Estadual denunciou os quatro em 2004 por
dois homicídios praticados em
96. As vítimas Enoque de Oliveira Moura, 18, e Anderson
Luís de Souza, 15, foram mortas com tiros na cabeça. Os policiais disseram à Justiça que
atiraram em legítima defesa
após os dois resistirem à prisão. Segundo eles, os garotos
vendiam drogas e, por isso, foram abordados.
Os três acusados estão na ativa na Polícia Civil de Ribeirão
Preto. O grupo de extermínio
que atuou em Ribeirão, segundo o Ministério Público, é suspeito de matar cerca de 100
pessoas na região. Os promotores do caso, Aroldo Costa Filho
e Luiz Henrique Paccini, disseram que não viram a decisão da
juíza e não comentaram. Sebastião Sérgio da Silveira, promotor que também atuou no
processo, afirmou que olhou
superficialmente a decisão da
juíza e, por isso, não sabia dizer
a argumentação dela para considerar os réus pronunciáveis.
Em agosto, a Justiça de Ribeirão considerou o ex-investigador Ricardo José Guimarães
impronunciável (não irá a júri
popular) em um dos 11 processos de homicídio no qual é acusado de assassinato. O juiz ainda revogou o mandado de prisão preventiva contra ele, mas,
como ele está preso também
em razão de outro crime, a decisão não teve efeito prático.
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