Ribeirão Preto, Sábado, 01 de Novembro de 2008

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Juíza manda delegado e mais 3 a júri popular

Sérgio Siqueira, do 6º DP, dois investigadores e o ex-investigador Ricardo Guimarães são acusados de duplo homicídio

Acusados fariam parte de grupo de extermínio que atuou na região entre 1998 e 2003, segundo o Ministério Público de SP

GEORGE ARAVANIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

A Justiça de Ribeirão Preto decidiu que o delegado Sérgio Siqueira, dois investigadores e um ex-investigador, todos suspeitos de pertencer a um grupo de extermínio formado por policiais e que teria agido na cidade entre 1998 e 2003, sejam levados a júri popular pela acusação de duplo homicídio qualificado. Ainda cabe recurso.
Além de Siqueira, a sentença da juíza Isabel Cristina Alonso Bezerra dos Santos considerou pronunciáveis (quando o juiz acha que há elementos suficientes para que os acusados sejam julgados) os investigadores Pedro Moreti Júnior e Fernando Carrion Serrano, além do ex-investigador Ricardo José Guimarães, o único que está preso -acusado de outros 11 homicídios, está na penitenciária de Campo Grande (MS).
Procurado pela Folha, Siqueira, chefe do 6º DP, não quis comentar o assunto. O Ministério Público Estadual denunciou os quatro em 2004 por dois homicídios praticados em 96. As vítimas Enoque de Oliveira Moura, 18, e Anderson Luís de Souza, 15, foram mortas com tiros na cabeça. Os policiais disseram à Justiça que atiraram em legítima defesa após os dois resistirem à prisão. Segundo eles, os garotos vendiam drogas e, por isso, foram abordados.
Os três acusados estão na ativa na Polícia Civil de Ribeirão Preto. O grupo de extermínio que atuou em Ribeirão, segundo o Ministério Público, é suspeito de matar cerca de 100 pessoas na região. Os promotores do caso, Aroldo Costa Filho e Luiz Henrique Paccini, disseram que não viram a decisão da juíza e não comentaram. Sebastião Sérgio da Silveira, promotor que também atuou no processo, afirmou que olhou superficialmente a decisão da juíza e, por isso, não sabia dizer a argumentação dela para considerar os réus pronunciáveis.
Em agosto, a Justiça de Ribeirão considerou o ex-investigador Ricardo José Guimarães impronunciável (não irá a júri popular) em um dos 11 processos de homicídio no qual é acusado de assassinato. O juiz ainda revogou o mandado de prisão preventiva contra ele, mas, como ele está preso também em razão de outro crime, a decisão não teve efeito prático.


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