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Região tem queda de 13,3% em vagas para o 1º emprego
Juntas, as 10 cidades mais populosas contrataram 5.133 jovens a menos em 2009
Falta de política do governo, exigência maior do mercado e crise econômica travam a contratação de jovens, de acordo com especialistas
JEAN DE SOUZA
DA FOLHA RIBEIRÃO
A contratação de pessoas que
buscam a primeira experiência
profissional caiu 13,39% nas
maiores cidades da região de
Ribeirão em 2009, em comparação com o ano anterior, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério
do Trabalho e Emprego.
No ano passado, foram
33.208 admissões para o primeiro emprego nas dez maiores cidades da região, 5.133 a
menos do que em 2008. Sertãozinho foi o município em que
houve maior diminuição, com
queda de 46%, ou 1.700 postos
de trabalho a menos. Em Ribeirão, a queda foi de 1.472 vagas.
De acordo com a psicóloga
Karina Massaroli, da Parceria
RH de Ribeirão Preto, a queda
na demanda por profissionais
sem experiência foi causada
por uma exigência maior do
mercado de trabalho. "A empresa busca alguém já pronto e
apto para aquela função, não
quer dar o primeiro emprego
para fazer treinamento", disse.
Para a gerente de recursos
humanos da Sharing RH, Regina Prado, em 2009 houve tanto
diminuição da procura de profissionais em busca do primeiro trabalho quanto de empresas interessadas em seus serviços. Ela também afirma que o
motivo é a busca dos empregadores por profissionais qualificados e com experiência.
Além da competitividade no
mercado de trabalho, o diretor
do Instituto de Pesquisas Sociais da ACI-RP (Associação
Comercial e Industrial de Ribeirão Preto), Antonio Vicente
Golfeto, atribui à crise econômica de 2009 a queda no primeiro emprego. Segundo ele, a
crise desestimulou os jovens a
buscar colocação no mercado
de trabalho, o que resultou em
menos contratações.
O principal entrave para a
contratação de profissionais
inexperientes é a falta de políticas governamentais, no Estado
de São Paulo, para pessoas de
baixa renda e sem escolarização completa, segundo a coordenadora do GPublic (Centro
de Estudos de Gestão e Políticas Públicas da USP), Cláudia
Souza Passador.
Para ela, existe grande oferta
de qualificação em instituições
técnicas como a Fatec (Faculdade de Tecnologia de São Paulo), que não contempla o perfil
dos mais pobres. Por outro lado, projetos que poderiam
abranger esse público estão
concentrados em grandes cidades, segundo ela.
O coordenador do Aprendiz
Paulista, programa da Secretaria de Estado do Emprego e Relações do Trabalho, Amaury
Fernandes de Jesus, disse que o
maior problema para a inserção de jovens no mercado é a
resistência dos empresários.
De acordo com Jesus, a secretaria desenvolve dois projetos para esse público: Jovem
Cidadão-Meu Primeiro Trabalho, que abrange a capital e a região de Santos, e o de colocação
para jovens egressos da Fatec
que se encaixem no perfil da
Lei do Aprendiz.
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