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Oito bairros de Ribeirão têm metade dos casos de dengue
Com 84 confirmações até ontem, a Vila Virgínia, na zona sul, tem a pior situação
A região leste, entretanto, enfrenta o maior número
de casos; densidade e moradores suscetíveis ao sorotipo 1 são as causas
LEANDRO MARTINS
DA FOLHA RIBEIRÃO
Com 556 confirmações até o
início da noite de ontem, o número de casos de dengue não
para de subir em Ribeirão Preto, especialmente em oito bairros, que concentram quase a
metade dos registros e vivem
uma situação epidêmica. Juntos, eles tiveram 269 confirmações da doença, o que equivale a
48,4% do total de casos registrados em todo o município.
O bairro com maior número
de confirmações (84) é a Vila
Virgínia, na zona sul, que responde até agora por 15,1% dos
casos de dengue em Ribeirão.
A zona leste da cidade, porém, é a que enfrenta a pior situação, pois possui quatro bairros com concentração de casos
da doença: Vila Abranches (43),
Parque São Sebastião (35), Recreio Anhanguera (27) e Jardim Juliana (23).
Quando são incluídos todos
os bairros da zona leste no levantamento de casos, a região
concentra quase a metade das
ocorrências da cidade, com 251
pessoas infectadas.
Segundo a chefe do Controle
de Vetores de Ribeirão, Cristina O'Grady Lima, a concentração de casos em alguns pontos
da cidade é explicada por causa
da densidade populacional e do
sorotipo da dengue que está
circulando com mais intensidade neste ano.
Trata-se do sorotipo 1, que
esteve "adormecido" em Ribeirão desde o início da década de
1990 e, com sua volta à circulação, encontrou mais pessoas
suscetíveis à doença.
"Essa população de 15 anos
de idade para baixo não teve
contato com esse vírus e na zona leste, onde há muitos casos,
existe uma população que não
teve dengue nas últimas epidemias", afirmou.
Independentemente da densidade populacional e da circulação do sorotipo 1, a chefe do
Controle de Vetores de Ribeirão afirmou que o principal fator para a proliferação da dengue é o descaso de parte da população, que ainda mantém
criadouros dentro das casas.
"São ralos, calhas entupidas,
marquises sem drenagem de
água, há muitas situações assim", disse Lima, em relação a
locais que propiciam a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.
A Prefeitura de Ribeirão Preto também enfrenta dificuldade para entrar e vistoriar imóveis fechados, mas busca uma
solução por meio judicial para
conseguir eliminar os criadouros nesses locais (leia texto
nesta página).
Apesar de os casos de dengue
estarem concentrados em pontos das zonas leste e sul, os números da Secretaria da Saúde
de Ribeirão mostram que há
confirmações da doença em 93
bairros. Quando são incluídas
as notificações totais, contando
os casos que ainda aguardam
confirmação, o número de
bairros sobe para 146.
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