Ribeirão Preto, Terça-feira, 02 de Fevereiro de 2010

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Oito bairros de Ribeirão têm metade dos casos de dengue

Com 84 confirmações até ontem, a Vila Virgínia, na zona sul, tem a pior situação

A região leste, entretanto, enfrenta o maior número de casos; densidade e moradores suscetíveis ao sorotipo 1 são as causas

LEANDRO MARTINS
DA FOLHA RIBEIRÃO

Com 556 confirmações até o início da noite de ontem, o número de casos de dengue não para de subir em Ribeirão Preto, especialmente em oito bairros, que concentram quase a metade dos registros e vivem uma situação epidêmica. Juntos, eles tiveram 269 confirmações da doença, o que equivale a 48,4% do total de casos registrados em todo o município.
O bairro com maior número de confirmações (84) é a Vila Virgínia, na zona sul, que responde até agora por 15,1% dos casos de dengue em Ribeirão.
A zona leste da cidade, porém, é a que enfrenta a pior situação, pois possui quatro bairros com concentração de casos da doença: Vila Abranches (43), Parque São Sebastião (35), Recreio Anhanguera (27) e Jardim Juliana (23).
Quando são incluídos todos os bairros da zona leste no levantamento de casos, a região concentra quase a metade das ocorrências da cidade, com 251 pessoas infectadas.
Segundo a chefe do Controle de Vetores de Ribeirão, Cristina O'Grady Lima, a concentração de casos em alguns pontos da cidade é explicada por causa da densidade populacional e do sorotipo da dengue que está circulando com mais intensidade neste ano.
Trata-se do sorotipo 1, que esteve "adormecido" em Ribeirão desde o início da década de 1990 e, com sua volta à circulação, encontrou mais pessoas suscetíveis à doença.
"Essa população de 15 anos de idade para baixo não teve contato com esse vírus e na zona leste, onde há muitos casos, existe uma população que não teve dengue nas últimas epidemias", afirmou.
Independentemente da densidade populacional e da circulação do sorotipo 1, a chefe do Controle de Vetores de Ribeirão afirmou que o principal fator para a proliferação da dengue é o descaso de parte da população, que ainda mantém criadouros dentro das casas.
"São ralos, calhas entupidas, marquises sem drenagem de água, há muitas situações assim", disse Lima, em relação a locais que propiciam a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.
A Prefeitura de Ribeirão Preto também enfrenta dificuldade para entrar e vistoriar imóveis fechados, mas busca uma solução por meio judicial para conseguir eliminar os criadouros nesses locais (leia texto nesta página).
Apesar de os casos de dengue estarem concentrados em pontos das zonas leste e sul, os números da Secretaria da Saúde de Ribeirão mostram que há confirmações da doença em 93 bairros. Quando são incluídas as notificações totais, contando os casos que ainda aguardam confirmação, o número de bairros sobe para 146.


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