Ribeirão Preto, Domingo, 2 de maio de 1999

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ADMINISTRAÇÃO 2
Presidente do Legislativo de Ribeirão afirma estar contendo gastos e prevê economia de 30% ao mês
Câmara diz estar "apertando os cintos"

Setor responsável pelas cópias de documentos para os gabinetes O vereador petebista Cícero Gomes da Silva, ex-presidente da Câmara da Folha Ribeirão

Para o presidente da Câmara de Ribeirão Preto, Antonio Carlos Morandini (PFL), a exemplo da prefeitura, a Câmara está em regime de contenção de despesas e a economia chega a 30% ao mês.
Segundo ele, dos R$ 5,1 milhões que a Câmara teria de receber dos cofres da prefeitura, foram gastos apenas R$ 3,6 milhões. "A economia será maior até o final do ano", disse Morandini.
Para o presidente da Câmara, os benefícios que os parlamentares têm direito, assim como os altos salários dos funcionários estáveis, foram determinados em mandados anteriores, mas o Legislativo atualmente está "acertando as coisas para daqui em diante".
De acordo com ele, no ano passado a Câmara estabeleceu o valor de R$ 4.500 (valor do salário do vereador) como teto salarial. O projeto foi apresentado por Leopoldo Paulino (PSB), então presidente do Legislativo.
Conforme a Folha apurou, os vereadores já temem um certo desgaste em relação à opinião pública por ainda estar ilesa à crise financeira que afeta a prefeitura desde meados do ano passado.
Sem apertar os gastos, a previsão é que nos próximos dois meses poderá haver atraso no repasse da verba para a Câmara.
Já o vice-presidente, Jorge Parada (sem partido), reconhece que salários como o de R$ 10 mil pago ao diretor da Casa "é uma discrepância". Ele, no entanto, afirma que os órgãos públicos não podem ser nivelados por baixo.
"Não é porque a prefeitura está com as contas desequilibradas que vamos ter que desequilibrar as nossas", disse o vereador.
Apesar dos aumentos nas despesas em relação a 97, Paulino conseguiu devolver à prefeitura R$ 1,5 milhão dos R$ 15 milhões que estavam previstos no Orçamento.
"'Toda essa estrutura é necessária para se fazer um bom trabalho. Eu pelo menos faço", disse.
Sobre a compra dos 15 carros em 98, o vereador do PSB disse que foi uma forma mais barata de trocar os carros dos parlamentares.
"Caso não trocássemos a frota, em dois anos gastaríamos em manutenção dos veículos antigos aproximadamente R$ 336 mil."
A compra dos 15 carros provocou uma despesa de R$ 360 mil e está sob investigação. De acordo com o promotor Luiz Carlos Brondi, está discutindo-se a moralidade da compra por causa da crise financeira da prefeitura.
Paulino afirma também que houve corte de alguns privilégios, como a proibição da incorporação de cargos e chefias, que provocará redução na folha de pagamento já nos próximos anos.
Até então, a cada vez que o funcionário fosse promovido, somava ao seu salário a nova referência. De acordo com ele, 80% dos gastos com o salário dos funcionários referem-se às incorporações.
Já para o presidente da Câmara em 97, o petebista Cícero Gomes da Silva, cada poder é responsável pelos seu Orçamento. (CRISTIANE BARÃO)


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