da Folha Ribeirão

A Justiça deve ouvir hoje o prefeito de Igarapava, Sergio Augusto Freitas (PSDB), sobre o caso do assassinato do antecessor dele, Gilberto Soares dos Santos, morto a tiros no ano passado.
Freitas foi convocado na semana passada pelo juiz do caso, Humberto Aparecido da Rocha, fora da época para chamar testemunhas.
O juiz utilizou uma particularidade da lei para ouvir o atual prefeito da cidade porque ele acabou citado em depoimentos como "interessado" na morte.
É a primeira vez que Freitas presta depoimento ao Judiciário sobre o crime do seu antecessor. Na época, ele era vice.
O prefeito é amigo do empresário Fued Maluf, apontado pela polícia como um dos mentores da morte de Santos.
A polícia concluiu que Maluf e Eurípedes Barcelos encomendaram o crime por R$ 40 mil.
No dia 9 de outubro do ano passado, Santos foi surpreendido por cinco homens armados, em sua chácara na periferia de Igarapava, e levado até Aramina, onde foi morto com 11 tiros.
A Folha apurou nos depoimentos do processo que Freitas é citado como participante das reuniões no rancho onde o crime foi planejado e que pertence a Maluf.
O atual prefeito da cidade já disse que frequentava o rancho, mas acompanhado da família, e que não sabia do plano. "Se tivesse ouvido, avisaria", disse.
Os supostos mandantes financiaram a campanha de Freitas e Santos para a prefeitura da cidade, em 96. Maluf cedeu a sede do comitê e Barcelos teria entrado com dinheiro.
Ao final do segundo ano de mandato, os quatro romperam e se separaram. O vice, por exemplo, voltou à prefeitura para tomar posse após o crime.
O processo na Justiça está perto da decisão se os envolvidos irão a júri popular ou não. O depoimento do prefeito é o último.
Em seguida, os advogados e a Promotoria vão se manifestar e o juiz do caso despacha.
Sete já foram denunciados pelo Ministério Publico por envolvimento no assassinato.



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