Ribeirão Preto, Quarta, 2 de junho de 1999

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VIOLÊNCIA
Bancário, mulher e dois filhos ficam 45 minutos trancados em banheiro; é o 2º roubo desse tipo em 30 dias
Família é feita refém em assalto em Serrana

ALESSANDRO SILVA
da Folha Ribeirão

Uma família ficou amarrada com fios de telefone por 45 minutos em Serrana (20 km de Ribeirão Preto), depois de ter a casa invadida por assaltantes.
O caso aconteceu ontem de manhã, por volta das 8h30, horário em que normalmente o gerente de banco Mario Vicente Granucci sai de casa para trabalhar.
É o segundo assalto desse tipo em 30 dias, o que leva a polícia a acreditar que uma mesma quadrilha está agindo na cidade.
Três homens armados pulam o muro da casa da vítima, sempre de manhã, e esperam a saída da família. Depois, prendem todos em um dos cômodos e fogem.
O município de Serrana, que tem 28,9 mil habitantes, está sendo descrito pela Polícia Militar como uma espécie de bairro da periferia de Ribeirão Preto.
"Pela distância, aqui passa a ser uma vila de Ribeirão", disse o sargento Luiz Antonio Teixeira, que comanda o policiamento de rua na cidade.
Os ladrões levaram jóias, talões de cheque, aparelhos eletrônicos e os dois carros da casa do bancário.
Todos eles usavam capuz na cabeça para evitar serem reconhecidos depois, em caso de prisão.
Até ontem, a polícia não havia conseguido encontrar os assaltantes nem os veículos levados.
O primeiro roubo desse tipo na cidade aconteceu no mesmo bairro, o Dom Camilo, local onde vivem famílias de classe média.
As vítimas de ontem, segundo a polícia, passaram 45 minutos amarradas no banheiro. O bancário, a mulher dele e dois filhos pequenos não foram agredidos.
Granucci ligou para a polícia assim que conseguiu se soltar, por volta das 9h15. O banheiro onde eles ficaram presos estava com a porta aberta porque a chave fica para o lado de dentro.
Ele disse à polícia que foi abordado pelos três, fortemente armados, quando se preparava para tirar o carro da garagem. Os assaltantes já estavam dentro da casa.
Os dois carros levados da garagem serviram também para transportar as mercadorias roubadas.
A Folha não conseguiu falar ontem com a família do bancário.

Insegurança
A PM informou à tarde que iria reforçar o policiamento nos bairros considerados alvo para tentar conter novos crimes.
O valor total levado da casa do bancário não foi revelado.
A primeira citação de que Serrana integra uma espécie de "Grande Ribeirão Preto" e importou crimes de "cidade grande" partiu do promotor da cidade, Paulo Assef.
Ele disse à Folha que autores de crimes usam até ônibus de linha para cometer crimes em Serrana, principalmente acertos de conta do tráfico de drogas.



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