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A escola técnica estadual José Martimiano da Silva, em Ribeirão Preto, está mantendo irregularmente um estacionamento terceirizado em terreno do colégio para conseguir dinheiro para a compra de material e manutenção de equipamentos.
Segundo informações obtidas pela Folha, o faturamento mensal do estacionamento, que é aberto à comunidade, gira em torno de R$ 6.000, sendo que R$ 4.000 representam o lucro da escola. O restante seria usado para o pagamento dos funcionários.
O diretor da escola. Ruy Cláudio Cavicchia, não confirmou o valor bruto da arrecadação. "O rendimento líquido do estacionamento está em R$ 2.000."
Para o advogado Henrique Furquim Paiva, para que uma escola pública mantenha o estacionamento, é preciso que haja uma lei estadual regulamentando a exploração do serviço, a contratação de funcionários e o destino do dinheiro arrecadado.
"Se não houver uma lei estadual, o estacionamento está irregular", disse ontem Paiva.
A direção não se pronunciou sobre a existência ou não de autorização legal, mas a lei estadual não existe.
O secretário da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, José Aníbal Perez de Pontes, não foi encontrado para comentar o assunto ontem.
De acordo com Tereza Inês Lucchiari Saiani, funcionária do local, o preço da mensalidade é de R$ 30. Há descontos para funcionários, professores e alunos da escola.
O estudante dos cursos de eletrotécnica e telecomunicações André Valin deixou de parar seu carro no estacionamento por causa da cobrança.
"Pagar era um prejuízo. Mas depois eu quis voltar a pôr o carro no estacionamento por motivo de segurança. Não queria mais deixar o veículo na rua, mas não tinha mais vaga no estacionamento", disse.
A médica Lúcia Maria Servi deixa o carro no estacionamento há três anos. "Paro todo dia e pago R$ 30 por mês", disse Lúcia, que trabalho em um hospital.


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