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MAPA DA POBREZA
Pesquisa aponta ainda que outras 58 mil vivem com menos que R$ 73 nos 4 maiores municípios
Região abriga 150 mil pessoas que vivem com menos de R$ 149 ao mês
Lucio Piton/Folha Imagem
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O pedreiro Vágner de Carvalho Motta, 32, que sustenta cinco filhos e a mulher com um salário de R$ 200, mas está sem emprego |
ALESSANDRO BRAGHETO
enviado especial a Araraquara e
São Carlos
Pelo menos 150 mil pessoas vivem na faixa de pobreza nas
maiores cidades da região e outras 58 mil estão na linha de indigência, de acordo com pesquisa
feita pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
O levantamento, que analisou
dados de 40 cidades de médio e
grande portes do Estado de São
Paulo, considera linha da pobreza
a pessoa cuja renda domiciliar
"per capita" é inferior a R$ 149,
valor insuficiente para a aquisição
de uma cesta básica.
Já a linha de indigência coloca
pessoas cuja renda "per capita"
mensal é inferior a R$ 73.
O trabalho também se baseou
em números combinados de 96 e
97 do IBGE (Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), estabelecendo limites de pobreza e de indigência.
Na região, foram pesquisadas o
índice de renda familiar das cidades de Ribeirão Preto, Franca,
Araraquara e São Carlos.
A cidade da região com o maior
índice de população na linha de
pobreza, segundo a pesquisa, é
Araraquara, com 18,18%, ou cerca
de 35 mil moradores ganhando
até R$ 149 por mês.
A cidade também tem cerca de
13 mil pessoas (6,77% da população) vivendo na linha de indigência, ou seja, que não atingem o nível de consumo calórico mínimo
recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Franca vem em seguida, com
15,23% da população -aproximadamente 34 mil pessoas- vivendo na faixa de pobreza.
Ribeirão Preto possui a maior
renda domiciliar "per capita" da
região, que é de R$ 452,58, junto
com 14,11% da população na linha de pobreza.
São Carlos pode ser considerada a "menos pobre" da região,
tanto no índice da linha de pobreza (12,08% da população) quanto
da linha de indigência (3,19%), segundo a pesquisa.
A cidade é a quinta entre os 40
municípios pesquisados pelo Ipea
com o menor índice da população
na linha de pobreza.
As prefeituras das quatro cidades da região que estão na pesquisa informaram que consideram
os números "exagerados".
"Não temos problemas com indigentes", disse José Carlos Porsani, secretário da Assistência Social de Araraquara.
Os chefes de secretarias ligadas
à área social afirmam que possuem programas para atenuar os
efeitos da pobreza na população.
Para as pessoas que estão na faixa de pobreza, a falta de dinheiro
é só um dos problemas.
"A insegurança, o narcotráfico,
a falta de perspectiva, de educação e de saúde, tudo isso acaba
com a vida da gente", afirmou
Vágner de Carvalho Mota, 32, pedreiro desempregado que sustenta a mulher e outros cinco filhos
com, no máximo, R$ 200 por mês
em Ribeirão Preto.
Segundo Neusa Aparecida Roque, 49, que mora no bairro Água
do Paiol, periferia de Araraquara,
existe esperança de as coisas mudarem. "Não tem como piorar
mais do que já está."
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