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Ribeirão quer bloquear celular em prisão
Estado pretende lançar um edital para contratar serviço de bloqueio de sinal nas unidades do Estado
DA FOLHA RIBEIRÃO
O Ministério Público Estadual em Ribeirão Preto marcou
uma audiência pública para o
próximo dia 21 com operadoras
de telefonia celular e o Estado
para implantar juntos um projeto piloto de bloquear o sinal
de celular dentro de presídios
da região.
A ação faz parte de inquérito
civil aberto no ano passado pelo
promotor da Cidadania, Sebastião Sérgio da Silveira. Ele apura a suspeita de que crimes graves ocorridos em Ribeirão possam ter sido organizados dentro das penitenciárias, por
meio de celulares.
Anteontem, advogados de
duas empresas de telefonia celular -Vivo e TIM- atenderam a solicitação da Promotoria para uma reunião.
Segundo o promotor, a ideia
inicial do inquérito era simplesmente interromper o sinal
em áreas próximas aos presídios, mas a medida prejudicaria
a comunicação de vizinhos.
A opção estudada agora é instalar bloqueador dentro dos
presídios, que emitem um ruído e prejudicam as ligações. O
alcance é regulado pelo próprio
aparelho. "Temos tido assalto a
bancos, homicídios, crimes graves que são organizados de
dentro dos presídios", disse.
Em 2003, a SAP (Secretaria
da Administração Penitenciária) chegou a instalar bloqueadores nos presídios, mas eles se
tornaram obsoletos devido ao
avanço tecnológico.
A secretaria informou que
tem feito diversos testes com
bloqueadores e que deve lançar
em breve um edital que visa
contratar uma empresa para
serviços de bloqueio de celular.
A SAP disse que coíbe a entrada
de celulares -em 2008,
apreendeu 7.723 no Estado.
Os crimes com envolvimento
de presos via celular estão relacionados principalmente ao
tráfico de drogas, segundo o delegado titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais),
José Gonçalves Neto.
Ele citou ainda um caso de
uma quadrilha que furtava camionetes, presa no ano passado, que tinha o envolvimento
de um detento de Ribeirão.
Em nota, a Vivo informou
que prestou os devidos esclarecimentos na reunião e que
aguarda nova convocação de
encontro. Já a TIM disse que
está analisando o pedido da
Promotoria e "se pronunciará
oportunamente."
(JULIANA COISSI e VERIDIANA RIBEIRO)
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