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Para guarda, presídio é forma de castigo
DO ENVIADO ESPECIAL A ARARAQUARA
Apesar de a carga horária ser
menor -um dia de trabalho e
dois de descanso- e evitar um
confronto direto com ladrões nas
ruas, a maioria dos policiais militares que trabalha em uma penitenciária considera o serviço como um castigo dado pelo comando da corporação.
"Com certeza é olhado dessa
forma (como castigo), principalmente, para quem não tem interesse de ir para lá", afirmou o soldado da Polícia Militar Jorge (nome fictício).
O policial só concordou em dar
a entrevista desde que seu nome
não fosse divulgado. Ele teme ser
punido pela corporação.
Para Jorge, há seis anos na corporação, a maioria da corporação
gosta de trabalhar no policiamento motorizado para ter contato
com o público.
De acordo com ele, sua transferência da rua para a guarda da Penitenciária de Ribeirão Preto,
ocorreu em razão de um desentendimento com um superior.
"Quiseram me castigar."
Jorge afirma que grande parte
do efetivo que trabalha em uma
penitenciária é formada por policiais com algum problema disciplinar ou restrição médica.
"Tem dois (policiais) que foram
colocados lá (na penitenciária)
porque não se adaptaram em nenhum outro serviço. Colocaram
no tático, não deu certo; colocaram no RPP (Rádio Patrulhamento Padrão), não deu certo. Aí
mandaram para a penitenciária
para não dar mais problemas.
Tem outro lá que responde por
abuso de autoridade", disse.
Ainda segundo Jorge, na penitenciária de Ribeirão, o policial
não tem contato com os detentos,
o que dificulta qualquer tipo de
suborno. "Até nas escoltas a gente
só dá apoio. Quem leva e tem
maior contato são os agentes (penitenciários)", disse.
Jorge afirmou também que em
Ribeirão existem policiais que estão nos locais por opção própria.
"Para fugir de problemas", disse.
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