Ribeirão Preto, Domingo, 04 de Fevereiro de 2001

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FÁBIO SOARES

A ponta do iceberg

SEMPRE ME causou indignação a duradoura postura servil dos times do interior em relação ao presidente da Federação Paulista de Futebol, Eduardo José Farah. A nebulosa negociação envolvendo o polonês Piekarski e o Mogi Mirim é talvez a primeira evidência de que a relação afetuosa esconde acordos escusos.
Resumindo, a FPF comprou o jogador e o cedeu graciosamente ao Mogi. Depois o vendeu ao Bastia, da França, que pagou duas das parcelas com cheques nominais ao dirigente. Além disso, um documento registrado na Federação Francesa de Futebol mostra que o clube francês se comprometeu a pagar R$ 750 mil ao Mogi pelo passe do polonês. Sinistro.
Se o assunto estivesse sendo encarado com a seriedade que merece, os clubes filiados à entidade deveriam, no mínimo, exigir o afastamento de Farah até o esclarecimento do caso. A menos que existam outras negociações parecidas ainda desconhecidas envolvendo mais times, aí ninguém vai querer atirar a primeira pedra.
Farah deve também o porquê de ter renunciado no mesmo dia em que CPI da Câmara anunciou a quebra de sigilo da FPF. Depois, voltou atrás aclamado por seus "súditos". A pontinha do iceberg já apareceu.
  O torcedor deve cogitar a hipótese de ficar em casa hoje durante o "derby" entre Ponte e Guarani. Pela quantidade de armas apreendidas na sede da torcida Fúria Independente dentro do Brinco de Ouro -onde acontece o jogo- anteontem, parece haver uma horda se preparando para a batalha.
Apesar do clima, vou me arriscar e cravar palpite na vitória da Ponte Preta. Calma bugrinos, sou santista, é só uma opinião, não um desejo.

E-mail: fluiz@folhasp.com.br





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