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O Vigário de Tambaú
da Folha Ribeirão
Tambaú chega a receber 40 mil
romeiros que buscam os milagres
do padre Donizetti Tavares de Lima (1882-1961).
O pico das visitas é o aniversário
de morte do religioso, que ocorre
na semana de 16 de junho.
Nascido em Cássia (MG), o "sr.
Vigário", como era conhecido,
passou a ter fama de milagreiro
nos anos 50, quando foram registrados os primeiros casos. Segundo o arquivo da cidade, existem catalogados 700 depoimentos de curas e outras graças.
O padre italiano Dante Donzelli,
postulador do processo de beatificação do vigário, afirma que está
investigando 15 casos de supostos
milagres. Todos sigilosos.
"Achamos que em cinco anos ele
possa ser beatificado", diz o postulador, uma espécie de advogado
que defende a canonização.
Para isso, o processo deve ser enviado ao Vaticano, que analisará o
caso. Lá, um tribunal especial irá
beatificá-lo ou não.
Farão parte do processo final
provas da fama do padre, como,
por exemplo, uma lista de Donizettis que receberam este nome em
homenagem ao vigário.
A lista ainda não está concluída,
mas estima-se que 1 milhão de brasileiros dizem se chamar Donizetti
em homenagem ao padre.
Um deles é Armelino Donizetti
Quogliato, 34, o goleiro Zetti, campeão mundial pelo São Paulo,
atualmente defendendo o Santos.
"Somos devotos do padre, por isso nosso filho recebeu este nome",
afirmou a mãe do jogador, Manoela Quogliato. "Apesar disso, só estive em Tambaú uma única vez",
afirmou Zetti.
O jornalista Joelmir Beting foi
um dos que parecem ter recebido
uma graça do padre. Segundo o livro "As Maravilhas do Pe. Donizetti" (do bispo dom Dadeus
Grings), Beting, ainda menino, se
livrou da sua gagueira após um almoço com o padre.
"Ele curava mesmo todo mundo,
mas isso era normal para nós", disse Ana Mazza Garcia Duarte, 71,
que conviveu com o padre.
Romeiros
A aposentada Francisca Gregório Ramos, 75, afirma que andava
escorada nas paredes antes de visitar Tambaú pela primeira vez.
"Fui operada da coluna duas
vezes, mas, em vez de melhorar,
piorou. Sarei quando molhei o
pé na água que sai da sepultura
do padre Donizetti", diz. Em retribuição, a aposentada sai de
São Paulo e viaja uma vez por
ano para Tambaú.
(LUÍS EBLAK e ALESSANDRO SILVA)
Colaborou
Fausto Siqueira, da Agência Folha,
em Santos
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