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TRANSPORTE COLETIVO
Piso tátil no terminal e método com símbolos e cores dá independência a usuário de transporte
Franca adota sistema para deficiente visual
da Folha Ribeirão
Um sistema de sinalização especial que está sendo implantado em
Franca (88 km de Ribeirão Preto)
permite que deficientes visuais e
analfabetos utilizem sozinhos o
transporte coletivo.
O terminal de ônibus no centro,
recém-inaugurado, tem um piso
tátil, ou seja, um corredor com o
chão mais áspero, por onde deficientes visuais podem caminhar
sem esbarrar em nada.
As inovações começaram a ser
implantadas no final de fevereiro,
quando a prefeitura integrou as linhas de ônibus por meio de catracas eletrônicas.
Franca é a primeira cidade da região a ter um sistema de ajuda específico aos usuários de ônibus urbanos que têm deficiência.
Cada uma das 31 linhas de ônibus recebeu um símbolo geométrico e uma cor diferente.
Assim, crianças e pessoas que
não sabem ler podem memorizar
aquelas que mais usam.
A frota de veículos ainda será
substituída gradativamente por
ônibus pintados internamente
com cores fora do convencional.
"O objetivo é provocar contraste
visual e ajudar quem enxerga pouco", disse Renato Boareto, diretor
de transporte e trânsito.
Segundo o Dinfra (Distrito Industrial de Franca), órgão da prefeitura que gerencia o transporte
urbano, 20 ônibus (20% da frota)
já têm corrimão laranja nos corredores e bancos cinza.
"O piso tátil para cegos que implantamos é inédito no país", afirmou. A novidade chegou a ser testada em Curitiba (PR).
O Dinfra estuda ainda a inclusão
de ônibus especiais para deficientes físicos, que se locomovem em
cadeiras de rodas. Primeiro, a prefeitura fará um cadastramento.
Usuários
Antes de dar início às mudanças
físicas no sistema de transporte coletivo, a prefeitura treinou um grupo de 16 funcionários para usar a
linguagem dos sinais de mão.
Hoje, os postos de atendimento
de ônibus têm um servidor municipal preparado para se comunicar
com os deficientes auditivos.
Em Franca, segundo levantamento feito pela prefeitura, há 130
deficientes auditivos e outros cem
visuais.
Se levados em conta as crianças e
os analfabetos, as medidas devem
beneficiar cerca de 20% da população da cidade.
Em torno de 50 mil pessoas utilizam o transporte coletivo todos os
dias em Franca, de acordo com estimativa do Dinfra.
A prefeitura estuda ainda a colocação de placas em braile (linguagem escrita para cegos) para explicar como funcionam as linhas.
Em breve, o município deverá
testar placas portáteis, como o nome do ônibus, que serão usadas
pelos cegos para parar os veículos.
O custo do investimento não foi
divulgado pela prefeitura. "Um
sistema como esse tem um custo
de implantação irrisório, principalmente se comparado ao benefício social", diz Boareto.
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