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SOB SUSPEITA
Nuporanga aprova processos para apurar desvio de R$ 200 mil e compras superfaturadas
Comissão investiga prefeito e vereador
da Folha Ribeirão
O prefeito de Nuporanga, Afrânio João Gera (PFL), e seu articulador no Legislativo, o vereador
Antoninho José Ferreira (PFL),
podem ser cassados pela Câmara
Municipal. Por maioria de votos,
os vereadores da cidade deram
início anteontem a duas comissões processantes.
O prefeito está sendo acusado
pelo Ministério Público de desviar cerca de R$ 200 mil. O dinheiro veio da Secretaria de Estado de
Esporte e Turismo e teria sido
usado em uma festa que nunca foi
realizada.
O vereador foi investigado pela
própria Câmara por causa de
compras de equipamentos supostamente superfaturados no período em que foi presidente da Casa
(97 a 98). A Promotoria também
acompanha o caso.
Segundo o advogado da Câmara, Marco Aurélio Damião, os
dois serão notificados nesta semana sobre as comissões e informados que deverão apresentar
defesa em dez dias.
As duas comissões têm 90 dias
para entregar os relatórios pedindo ou não a cassação.
São necessários dois terços dos
votos dos 11 vereadores para cassar o mandato do prefeito e do vereador. O presidente da Câmara,
Rubens Donizete de Melo (PFL),
só vota em caso de empate.
As membros das comissões
processantes vão se basear, principalmente nas provas já reunidas
pelo Ministério Público.
Por meio da quebra do sigilo
bancário, por exemplo, o promotor Paulo César Correa Borges
descobriu que Gera assinou cheques avulsos usados para sacar a
verba que desapareceu.
O promotor também apreendeu documentos falsos usados
para justificar gastos com a festa
que nunca foi realizada.
Procurado pela Folha, o prefeito de Nuporanga não quis comentar a decisão da Câmara. O
vereador disse que já abriu suas
contas à Promotoria e que é inocente.
Medida
O Ministério Público pediu o
bloqueio de uma dívida de R$ 149
mil que a Prefeitura de Nuporanga tem com o prefeito.
Gera ganhou na Justiça, no ano
passado, o direito de receber diferenças salariais relativas ao seu
primeiro mandato.
"Pedi o bloqueio a título de depósito judicial, caso ele tenha de
devolver a verba de R$ 200 mil",
disse o promotor Paulo César
Corrêa Borges. A decisão deve
sair nesta semana.
O prefeito já teria recebido cerca
de R$ 40 mil da dívida, desde
abril, segundo informou a Promotoria.
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