Ribeirão Preto, Domingo, 04 de Setembro de 2011

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Falta de poços deixa assentados sem água

Em plena estiagem, as 486 famílias da Fazenda da Barra, único assentamento de Ribeirão, vivem em dificuldade

Mangueiras usadas de improviso podem ameaçar aquífero; problema ocorre por falta de verbas do Incra


JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Em plena estiagem, poços que começaram a ser perfurados, mas que foram abandonados no meio do caminho por falta de verbas federais, deixam sem água famílias da Fazenda da Barra, único assentamento de Ribeirão.
O local abriga 486 famílias, divididas em quatro grupos. A entrega deveria ter sido feita até dezembro do ano passado, mas falta serem perfurados ainda quatro dos dez poços prometidos pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
O temor é que, além de risco de queda das pessoas, os buracos abertos possam contaminar o aquífero Guarani.
O grupo Luisa Mahin, com 64 famílias, é um dos que mais sofre com a seca. No local, há um buraco perfurado sem conclusão. Sem água, as famílias dependem de caminhões-pipa da prefeitura.
"Mas há locais por onde o caminhão não passa, o que afeta 120 famílias", disse na semana passada a assentada Madalena Caetano, 41.
No assentamento Mário Lago, do MST, os três poços perfurados atendem só 150 das 264 famílias do local.
Como a rede de distribuição não foi feita pelo Incra para atender a todas as famílias, os assentados improvisaram mangueiras, o que pode contaminar a água.
"Fizemos a ligação com cano preto, para quebrar o galho", disse o assentado Vitor Donizete Ribeiro, 55.
A Folha já havia revelado, em agosto de 2010, que o cenário de terra arrasada, sem plantio, agravava o problema das famílias na seca.
A falta de água faz com que assentados, no período de chuvas, produzam feijão, milho e mandioca. No entanto, de maio a setembro, muitos se tornam serventes de pedreiro, pintores e faxineiras.

OUTRO LADO
O Incra, via assessoria de imprensa, informou que não terminou os quatro poços nem fez a instalação da rede de distribuição por "falta de repasse de recursos".
"Estamos passando por um período de contingenciamento orçamentário em todo o Brasil", diz o órgão.
Não há previsão para terminar as obras. O órgão informou ainda que não há risco de os dois buracos já abertos contaminarem o aquífero.


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